Por Sharon Bernstein
SACRAMENTO, Estados Unidos (Reuters) - Cidades e povoados do Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, serão obrigadas a reduzir o consumo de água em até 35 por cento ou enfrentar multas pesadas, de acordo com novas regras propostas por um órgão regulador, nos primeiros cortes obrigatórios no uso da água urbana determinados pelo Estado, que vive um longo período de seca.
Comunidades que já utilizam muito pouca água, como a cidade costeira de Santa Cruz, só terão de fazer uma redução de 10 por cento, com base nesse plano, mas áreas mais áridas, como o deserto do Vale de Coachella, serão obrigadas a aplicar cortes mais acentuados.
"Estamos nos movendo muito rapidamente, porque é uma situação de emergência", disse Felicia Marcus, presidente do Conselho de Controle de Recursos Hídricos do Estado, principal órgão regulador de água do Estado.
"Nós queremos ter certeza de que todos os serviços locais de abastecimento de água estejam com ações em andamento a tempo para os meses quentes do verão."
As táticas em estudo para um plano de conservação, ainda em desenvolvimento, foram publicadas no site do órgão regulador da água na terça-feira, poucos dias depois de o governador da Califórnia, Jerry Brown, ordenar cortes obrigatórios de 25 por cento no consumo urbano de água, à medida que a seca no Estado entra em seu quarto ano.
Para atingir os 25 por cento de redução em todo Estado, o Conselho da Água propôs que sejam exigidas reduções maiores de algumas áreas do que de outras.
O Conselho da Água propôs a aplicação de uma multa às companhias de água locais de até 10.000 dólares por dia se não persuadirem moradores e empresas a cumprirem suas metas de conservação.
Os regulamentos propostos também exigem que as empresas encarregadas do abastecimento de água informem regularmente o Estado sobre seus progressos. Mesmo os menores fornecedores teriam de coletar dados de uso.
Até agora, as restrições propostas têm focado em usuários urbanos, apesar de eles representarem apenas 20 por cento do consumo de água do Estado, enquanto o setor agrícola, que o Instituto de Políticas Públicas da Califórnia diz que responde por 80 por cento do consumo, permanece isento.
Ironicamente, durante a discussão do Conselho sobre a ordem de conservação na terça-feira, estava chovendo e a neve caía sobre os picos das montanhas de Sierra Nevada, que estavam secas quando Brown fez o anúncio na quinta-feira.
Os dados divulgados no dia da reunião mostram que a redução no uso da água entre os californianos foi de 2,8 por cento em fevereiro em relação ao mesmo mês em 2014, uma forte desaceleração em relação à queda de 22 por cento no consumo em dezembro e 8 por cento em janeiro.
Autoridades disseram que a pequena queda no uso da água em fevereiro é preocupante, mas não inesperada, já que nesse mês é usada pouca água por causa das chuvas de inverno. Mais importante, disse Felicia, é certificar-se de aumentos de conservação durante os meses secos do verão.