👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Polícia conta "viagem ao inferno" em depoimento sobre invasão do Capitólio nos EUA

Publicado 27.07.2021, 18:38
© Reuters. Policiais em audiência no Congresso dos EUA
 27/7/2021  Oliver Contreras/Pool via REUTERS

Por Richard Cowan e Sarah N. Lynch

WASHINGTON (Reuters) - Quatro policiais norte-americanos contaram a parlamentares nesta terça-feira que foram agredidos, provocados com insultos raciais, e disseram que acreditaram que poderiam morrer enquanto defendiam o Capitólio dos Estados Unidos no dia 6 de janeiro contra uma multidão de apoiadores do então presidente Donald Trump.

Os depoentes choraram, utilizaram palavrões e chamaram os invasores de "terroristas" envolvidos em "uma tentativa de golpe". Durante uma audiência que durou três horas e meia no Congresso, os policiais também criticaram parlamentares republicanos que tentaram minimizar o ataque. 

"Eu sinto que fui ao inferno e voltei para proteger as pessoas nesta sala", disse o policial do Distrito de Columbia Michael Fanone, se referindo aos parlamentares. "A indiferença mostrada aos meus colegas é vergonhosa", acrescentou Fanone, batendo sua mão na mesa de testemunha. 

Foi uma primeira audiência dramática no comitê liderado pelos democratas na Câmara dos Deputados e formado com o objetivo de investigar o pior episódio de violência no Capitólio desde a invasão britânica na Guerra de 1812.

Alguns democratas sugeriram que Trump fosse chamado como testemunha. Os agentes contaram como os invasores lutaram em nome do ex-presidente republicano enquanto tentavam evitar que o Congresso certificasse formalmente a vitória do hoje presidente Joe Biden após acusações falsas de Trump de que a eleição teria sido roubada dele com fraudes generalizadas.

"Ele mesmo ajudou a criar essa monstruosidade", afirmou o policial do Capitólio Aquilino Gonell de Trump, ao mesmo tempo em que descreveu que os invasores portavam armas como escudos policiais, bastões, marretas, mastros de bandeiras, dispositivos de choque, irritantes químicos, canos de metal, pedras, pés de mesa quebrados e grades protetoras de metal. 

O presidente da Comissão Bennie Thompson e a deputada Liz Cheney, uma integrante republicana do painel, alertaram contra o "acobertamento" da invasão, pela qual 535 pessoas respondem hoje a acusações criminais, mesmo com aliados de Trump tentando minimizar o incidente e acusando o grupo de ter motivações políticas. 

Cheney, que foi removida de sua posição de liderança do Partido Republicano na Câmara após denunciar as acusações falsas de Trump sobre a eleição, disse que espera que o país não fique cego pelo partidarismo a ponto de "jogar fora o milagre" da democracia americana. 

A comissão deve explorar questões em torno da organização por trás da invasão, como ela foi financiada e a falta de preparação das forças policiais envolvidas na resposta ao incidente. 

O painel ouviu os relatos públicos mais detalhados até hoje sobre o que a polícia enfrentou durante o violento episódio. Mais de uma centena de policiais ficaram feridos pelos invasores. 

Fanone disse que foi puxado para o meio da multidão, foi espancado, recebeu repetidos choques de um taser, teve sua identificação roubada e perdeu a consciência no momento das agressões, com médicos dizendo que ele sofreu um ataque cardíaco no episódio. Fanone disse ter escutado um invasor dizendo "matem ele com a sua própria arma". 

O policial do capitólio Harry Dunn, que é negro, disse que os invasores utilizavam repetidamente uma ofensa racial em sua direção. Dunn disse que desafiou as acusações deles de que ninguém havia votado em Biden, respondendo que ele próprio havia. 

Gonell, que é nascido na República Dominicana, naturalizado americano e serviu no Exército norte-americano no Iraque, relembrou que os invasores o chamaram de traidor e disseram que ele deveria ser executado. Gonnell disse que pensou consigo mesmo: "É assim que eu vou morrer".

O policial de Washington Daniel Hodges chamou os invasores de terroristas, citando a definição legal do termo. Ele disse que ouviu dos criminosos: "Você irá morrer de joelhos!".

© Reuters. Policiais em audiência no Congresso dos EUA
 27/7/2021  Oliver Contreras/Pool via REUTERS

Segundo Hodges, muitos dos invasores pareciam ser supremacistas brancos. Enquanto seus colegas negros e latinos ouviam insultos raciais, Hodges, que é branco, dizia que os invasores tentavam recrutá-lo perguntando "Você é meu irmão?".

Os policiais pediram que parlamentares determinem o que aconteceu na invasão, e se Trump e outros ajudaram a incentivá-la. 

(Reportagem adicional David Morgan)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.