Por Clare Jim e Poppy McPherson
HONG KONG (Reuters) - A polícia de Hong Kong dispersou neste sábado confrontos de grupos rivais de manifestantes contra e favoráveis à China, no mais recente episódio de tensão no centro financeiro asiático nos últimos meses.
Os manifestantes a favor da China gritavam "Apoio à polícia" em um shopping e "China, mais óleo", em uma adaptação de um grito de manifestantes contra o governo de Pequim que significa "China, mantenha sua força."
"Hong Kong é China", gritava uma mulher a pessoas que devolviam a fala com palavras obscenas em meio a um tumulto marcado mais por gritos que violência.
Os confrontos na região de Kowloon Bay, na "zona especial administrativa" de Hong Kong acabaram tomando as ruas, com cada tumulto sendo registrado por dezenas de celulares. A polícia prendeu várias pessoas.
A tensão foi menor quando comparada a semanas anteriores quando manifestantes contrários a Pequim atacaram instalações símbolo do controle chinês sobre Hong Kong, além de destruírem estações de metrô e incendiarem ruas. A polícia, na ocasião, respondeu com bombas de gás, balas de borracha e canhões de água.
Manifestantes que reclamam sobre a interferência chinesa na ex-colônia britânica saíram às ruas às centenas na sexta-feira. No sábado, eles também se reuniram e entraram em alguns confrontos com a polícia.
Hong Kong retornou ao controle de Pequim em 1997 sob uma fórmula de "um país, dois sistemas" que deveria garantir liberdades não permitidas na China continental.
A China afirma que Hong Kong é atualmente seu assunto interno. O país acusa potências internacionais, particularmente Estados Unidos e Inglaterra, de incentivarem os manifestantes.
(Por Twinnie Siu, Martin Pollard, Poppy McPherson, Amr Abdallah, Clare Jim e Jorge Silva)