Por Mubasher Bukhari
LAHORE, Paquistão (Reuters) - Um tribunal do Paquistão ordenou nesta quarta-feira que a polícia suspendesse uma operação para prender o ex-primeiro-ministro Imran Khan, interrompendo batalhas campais nas quais policiais atacaram apoiadores do ex-jogador de críquete com cassetetes e dispararam canhões de água e gás lacrimogêneo.
As forças de segurança se retiraram da casa dele na cidade de Lahore, no leste do país, aliviando a instabilidade política no país que possui armas nucleares e enfrenta uma crise econômica, à espera de um resgate do Fundo Monetário Internacional.
O tribunal superior de Lahore ordenou que a polícia adiasse os esforços para prender Khan até quinta-feira, disse o ministro da informação da província, Amir Mir, à Reuters.
Mais cedo, um oficial de alto escalão da polícia afirmou que as forças de segurança haviam se retirado para cuidar da Super Liga do Paquistão (PSL) de críquete, o principal evento esportivo do país, que está sendo realizado em um estádio a alguns quilômetros de distância.
A operação para prender Khan ocorreu depois que um tribunal de primeira instância na capital Islamabad emitiu um mandado contra ele por desafiar ordens de se apresentar no tribunal sob acusações de que ele vendeu ilegalmente presentes do Estado dados a ele por dignitários estrangeiros quando era primeiro-ministro, de 2018 a 2022.
De acordo com uma lista compartilhada pela ministra da Informação, Marriyum Aurangzeb, no ano passado, os presentes dados a Khan incluem sete relógios, sendo um avaliado em 85 milhões de rúpias (cerca de 300.000 dólares).
A lista, que a Reuters não pôde verificar de forma independente, também continha perfumes, joias com diamantes e talheres.
Khan negou irregularidades.
(Reportagem de Mubasher Bukhari e Asif Shazhad)