Por Rachel Savage
LONDRES (Thomson Reuters Foundation) - A retórica homofóbica e transfóbica e outros crimes de ódio contra pessoas LGBT+ estão aumentando em toda a Europa, atiçados por políticas polarizadoras e grupos socialmente conservadores que também fazem campanha contra o acesso ao aborto, alertou um grupo de direitos humanos nesta terça-feira.
O discurso de ódio de líderes políticos e religiosos aumentou em 17 países, incluindo Portugal, Espanha e Finlândia, conhecidos por serem acolhedores com os LGBT. A violência homofóbica também cresceu na região, de acordo com um relatório do ILGA-Europe.
O partido nacionalista que governa a Polônia protestou contra a "ideologia LGBT" em sua campanha de reeleição no ano passado, o presidente do Parlamento húngaro equiparou a adoção por casais gays à pedofilia e políticos espanhóis e finlandeses criticaram Paradas do Orgulho Gay.
"Não são só países do leste da Europa, em que as pessoas tradicionalmente pensam que existe uma oposição mais organizada. Os grupos que estão se opondo à igualdade LGBTI estão aparecendo em mais lugares", disse Evelyne Paradis, diretora-executiva do ILGA-Europe.
Em março de 2019, o então vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, que comanda o partido de extrema-direita Liga, falou em Verona no Congresso Mundial das Famílias, uma conferência que defende a "família natural" contra os direitos LGBT+ e de aborto.
"Estes grupos tendem a ser mais ativos onde existe insegurança e ansiedade em geral na população, onde o discurso político em geral, não só sobre os direitos LGBTI, é um pouco mais tóxico, onde partidos populistas são muito ativos", explicou Paradis.