Por Michael Martina
PEQUIM (Reuters) - O presidente chinês, Xi Jinping, fará na próxima semana uma visita nada usual à Arábia Saudita e ao Irã, ambos envolvidos em uma disputa, no que poderia ser uma oferta de Pequim para atuar como um "mediador honesto", já que procura por um maior papel diplomático na região.
Enquanto depende da região para o fornecimento de petróleo, a China tende a deixar a diplomacia do Oriente Médio para os outros quatro membros do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) –Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Rússia.
Mas a China está tentando se envolver mais, especialmente com a Síria, recebendo recentemente seu ministro das Relações Exteriores e oficiais da oposição.
Em um comunicado breve, o Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que Xi visitaria a Arábia Saudita, o Irã e o Egito entre 19 e 23 de janeiro. O documento não fornece mais detalhes.
A última visita de um presidente chinês à Arábia Saudita foi em 2009, por Hu Jintao, e Jiang Zemin foi o último presidente chinês a visitar o Irã, em 2002.
Tensões entre a muçulmana sunita Arábia Saudita e o xiita Irã têm aumentado desde a execução do clérigo xiita Nimr al-Nimr em 2 de janeiro, pelas autoridades sauditas, provocando indignação entre os xiitas em todo o Oriente Médio.
Em resposta, manifestantes iranianos invadiram a embaixada saudita em Teerã e seu consulado em Mashhad, levando Riad a cortar relações. Teerã, então, cortou todos os laços comerciais com Riad e proibiu os peregrinos de viajarem a Meca.
(Reportagem de Ben Blanchard)