Por Tarek Amara
TÚNIS (Reuters) - O presidente tunisiano, Beji Caid Essebsi, declarou estado de emergência, neste sábado, para dar ao governo mais poder depois de um ataque de militantes islâmicos a um hotel no litoral, no qual 38 turistas estrangeiros, a maioria deles britânicos, foram mortos.
A lei emergencial da Tunísia temporariamente concede ao Executivo mais flexibilidade, entrega ao Exército e à polícia mais autoridade e restringe alguns direitos, como o de assembleias públicas.
O ataque ao balneário de Sousse, na última sexta-feira, aconteceu depois um ataque armado ao Museu de Bardo, em Túnis, em março - dois dos piores atentados na Tunísia na história moderna, o que prejudica a vital indústria do turismo do país.
Oficiais tunisianos disseram que os três homens armados nos dois ataques foram treinados ao mesmo tempo, nos campos jihadistas da Líbia, onde o conflito entre dois governos rivais permitiu que grupos militantes islâmicos ganhassem força.
A última vez que a Tunísia entrou em estado de emergência foi durante a insurgência de 2011 contra o autocrata Zine el-Abidine Ben Ali.
Autoridades tunisianas acreditam que o grupo militante Ansar al-Sharia é responsável por orquestrar o ataque contra o hotel de Sousse, que motivou milhares de turistas a deixarem a Tunísia e deve causar um prejuízo de US$ 1,5 bilhão no setor. Militantes do Estado Islâmico, no entanto, reivindicaram a autoria do massacre, em que homens armados atiraram em turistas que estavam na praia e na piscina.