JERUSALÉM (Reuters) - O líder de oposição israelense Benny Gantz foi encarregado oficialmente nesta segunda-feira de tentar formar o próximo governo do país, e pediu ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que se junte a ele em uma administração unida.
Em um golpe duro para Netanyahu, que havia declarado vitória na eleição de 2 de março, 61 dos 120 membros do Parlamento expressaram apoio a Gantz, líder do partido de centro Azul (SA:AZUL4) e Branco, em consultas com o presidente de Israel, Reuven Rivlin, no domingo.
Em uma cerimônia televisionada, Rivlin deu a Gantz 28 dias, com a opção de uma prorrogação de duas semanas, para montar uma coalizão de governo.
Mas os apoiadores de Gantz incluem forças opostas --os partidos da Lista Conjunta árabe e a facção de extrema-direita Yisrael Beiteinu, comandada pelo ex-ministro da Defesa Avigdor Lieberman--, o que complica os esforços de formação de um governo viável sem um respaldo mais amplo.
Netanyahu e Lieberman propuseram um "governo de emergência nacional" de seis meses que junte o Azul e Branco e o partido Likud de direita do premiê para confrontar a crise do coronavírus.
"Eu lhe dou minha palavra, farei tudo que for capaz para estabelecer dentro de alguns dias um governo tão amplo e patriótico quanto possível", disse Gantz na cerimônia de indicação, sem entrar em detalhes.
Israel teve três eleições inconclusivas em menos de um ano, e Netanyahu enfrenta um indiciamento criminal devido a acusações de corrupção, que ele nega.
"Chegou a hora de pararmos com palavras vazia", disse Gantz na cerimônia. "Chegou a hora de deixar nossas espadas de lado, unir nossas tribos e derrotar o ódio."
(Por Jeffrey Heller)
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447702)) REUTERS AC