Por Marco Aquino
LIMA (Reuters) - O presidente interino do Peru, Manuel Merino, pediu calma nesta quinta-feira em meio a uma escalada de protestos vista em todo o país desde a destituição abrupta de Martín Vizcarra da Presidência.
Merino, que estava se preparando para empossar um novo gabinete nas próximas horas, acusou "candidatos presidenciais" das próximas eleições de incitarem protestos que irromperam em Lima e em outras cidades e exortou os peruanos a preservarem a paz.
"Entendemos a situação difícil que o país está atravessando, e acredito que nas próximas horas conseguiremos dar paz de espírito a todos os peruanos", disse Merino em entrevista a uma rádio.
Merino tomou posse na terça-feira depois que o Congresso votou pelo impeachment de Vizcarra devido a alegações de suborno. O abalo político chega no momento em que o Peru, já afetado pela pandemia de coronavírus, ruma para sua pior retração econômica em um século.
Multidões de centenas de pessoas tem se reunido nas ruas durante dias para protestar contra a votação do Congresso. Dezenas de manifestantes foram detidos depois de choques com a polícia, que chegou a usar gás lacrimogêneo. Planos de novas manifestações nesta quinta-feira circulavam nas redes sociais.
A organização de direitos humanos Anistia Internacional emitiu um comunicado acusando a Polícia Nacional do Peru de usar força excessiva contra manifestantes e jornalistas.
Na quarta-feira, a Organização dos Estados Americanos (OEA) também expressou preocupação com a "nova crise política no Peru", exortando o Tribunal Constitucional a se pronunciar.
(Reportagem adicional de Maria Cervantes)