Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, encontrou-se com o papa Francisco nesta sexta-feira, dando-lhe uma cruz feita de arame farpado da zona desmilitarizada da península e voltando a pedir que ele visite a Coreia do Norte.
Moon, que é católico, estava em Roma para a cúpula dos líderes do G20 e teve uma conversa particular com o papa durante cerca de 25 minutos, disse o Vaticano.
O gabinete de Moon disse que o presidente, que deixa o cargo em maio, havia dito a Francisco que uma visita papal a Pyongyang ajudaria a ressuscitar o processo de paz na Península Coreana.
"Se você me enviar um convite, eu irei com prazer para ajudar você, em nome da paz. Vocês não são irmãos que falam a mesma língua? Estou disposto a ir", disse o papa, segundo relato do gabinete.
O Vaticano disse em um comunicado que os dois lados debateram "a promoção do diálogo e a reconciliação entre as Coreias" e a esperança de que "um esforço conjunto e a boa vontade possam favorecer a paz e o desenvolvimento da Península Coreana, apoiadas pela solidariedade e a fraternidade".
Quando se encontrou com o papa em 2018, Moon transmitiu um convite verbal do líder norte-coreano, Kim Jong Un, a Francisco para o pontífice visitar a Coreia do Norte.
À época, autoridades do Vaticano disseram que o papa, que já fez muitos apelos pela reaproximação entre as duas Coreias, cogitaria tal viagem sob certas condições se ela pudesse ajudar a causa da paz.
A Constituição da Coreia do Norte garante a liberdade religiosa, contanto que ela não atente contra o Estado.
(Reportagem adicional de Cynthia Kim em Seul)