Por Jesús Aguado e Angus Berwick
MADRI (Reuters) - O promotor público da Espanha pediu nesta quinta-feira a um juiz a prisão da presidente do Parlamento catalão que permitiu a declaração de independência da região enquanto segue uma investigação sobre acusações de rebelião e sedição, de acordo com uma fonte judicial.
Promotores também solicitaram prisão para três parlamentares catalães convocados pelo Supremo Tribunal e a liberação de outros dois sob certas condições, segundo a fonte, confirmando uma reportagem no jornal El País.
Uma porta-voz do tribunal não quis comentar.
Se o juiz aceitar o pedido, a presidente do Parlamento, Carme Forcadell, se juntará a oito ex-integrantes do governo catalão e aos líderes dos dois principais grupos pró-independência que estão sob custódia aguardando julgamento por participação na tentativa de independência.
Na quinta-feira, a juíza do Supremo Tribunal, Carmen Lamela, rejeitou recurso apresentado pelos advogados por sua libertação, disse uma porta-voz do tribunal.
Forcadell havia dito anteriormente ao Supremo Tribunal que a declaração de independência de 27 de outubro não era juridicamente vinculativa, de acordo com fontes judiciais, em um comentário que poderia prejudicar o empenho secessionista da região.
A tentativa de independência catalã dividiu profundamente a Espanha, empurrando-a para a pior crise política desde a volta à democracia há quatro décadas, além de estimular sentimentos anti-Espanha na Catalunha e tendências nacionalistas em outros locais.
Porém, a luta também dividiu a própria Catalunha, e fendas começaram a aparecer dentro do movimento pró-independência.
Na terça-feira, o partido do presidente catalão deposto Carles Puigdemont, PDeCat, falhou em concordar com uma aliança para a eleição regional de dezembro com outro partido secessionista, dificultando ao campo pró-independência governar a região após a votação.
O primeiro-ministro Mariano Rajoy convocou eleição após a declaração de independência, que também o levou a dissolver o Parlamento catalão e a destituir o governo de Puigdemont.
Na época, Forcadell descreveu as ações de Rajoy como um "golpe" e um "ataque contra a democracia".