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Reconciliação entre facções palestinas leva a queda de preços no comércio de Gaza

Publicado 09.11.2017, 11:29
© Reuters. Palestino trabalha em loja de eletrônicos em Khan Younis, na Faixa de Gaza

Por Nidal al-Mughrabi

GAZA (Reuters) - Os comerciantes e consumidores de Gaza estão colhendo frutos prematuros das manobras de reconciliação entre os islâmicos do Hamas, que dominam o enclave, e a Autoridade Palestina, que tem respaldo do Ocidente.

Restrições impostas por Israel nas fronteiras, incluindo uma proibição quase total a exportações de Gaza, e três guerras desde 2008 provocaram grandes privações no território. Israel diz que suas regras são ditadas por temores com a segurança, acusando o Hamas de ter usado material importado para construir armas, inclusive foguetes que foram disparados contra suas cidades.

Desde que o Hamas cedeu as passagens de fronteira de Gaza com Israel –o principal portão de entrada a importações comerciais– à Autoridade Palestina em 1º de novembro, conforme um acordo de união mediado pelo Egito, muitos preços diminuíram no território. 

O principal motivo é que a Autoridade Palestina cancelou as sobretaxas que o Hamas coletava dos comerciantes de Gaza em dinheiro, que às vezes chegavam a 25 por cento.

Os negócios, por sua vez, repassaram parte dessa economia aos consumidores: um Kia Picanto de 2017, por exemplo, hoje é vendido por 20 mil dólares, em vez de 22.500 dólares, e um quilo de carne bovina custa 11 dólares, e não mais 15 dólares.

Nesta semana a Autoridade Palestina, que recebe seu próprio imposto graças a um arranjo acertado com Israel, permitiu a importação de cigarros que custam oito shekels, e não os 21 shekels de outras marcas, através da passagem comercial israelense de Kerem Shalom pela primeira vez.

© Reuters. Palestino trabalha em loja de eletrônicos em Khan Younis, na Faixa de Gaza

Antes os cigarros só entravam contrabandeados pelos túneis debaixo da divisa egípcia, mas a Autoridade Palestina está buscando acordos com o Hamas e o Cairo para interromper esse canal.

"(As taxas do Hamas) levavam a um enfraquecimento do poder de compra, porque o povo de Gaza vive sob condições econômicas ruins e por causa do bloqueio israelense e da perda de empregos", disse Tareq Al-Saqqa, proprietário de uma empresa de produtos eletrônicos de Gaza, onde o desemprego chega a 40 por cento.

Citando a preocupação com a segurança, Israel e Egito mantêm restrições severas em suas fronteiras com Gaza. O Hamas, visto pelo Ocidente como um grupo terrorista, tomou o enclave em 2007 ao combater forças leais ao presidente palestino, Mahmoud Abbas.

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