Por Stephanie van den Berg
AMSTERDÃ (Reuters) - Familiares das 298 vítimas do voo 17 da Malaysian Airlines acusaram a Rússia nesta segunda-feira de mentir a respeito de seu suposto papel na derrubada do avião quando começaram a depor no julgamento holandês de quatro suspeitos por assassinato.
Investigadores internacionais concluíram que o avião de passageiros foi abatido sobre o leste da Ucrânia com um míssil disparado por rebeldes pró-Rússia. Moscou nega toda a responsabilidade.
"Eles estão mentindo, sabemos que estão mentindo e eles sabem que sabemos que estão mentindo", disse Ria van der Steen, que perdeu o pai e a madrasta no voo, ao tribunal, dizendo que estava citando o falecido escritor dissidente soviético Alexander Solzhenitsyn.
A holandesa foi a primeira de dúzias de familiares que terão a oportunidade de falar ou submeter comunicados por escrito nas próximas três semanas.
O voo MH17 seguia de Amsterdã para Kuala Lumpur quando foi atingido pelo que investigadores e procuradores internacionais disseram ter sido um míssil terra-ar russo disparado de uma base russa situada pouco além da fronteira ucraniana.
Van der Steen explicou que fez tais comentários "para o bem daqueles que estão ouvindo em nome do regime russo hoje".
"Quero que se saiba que sei de quem é a responsabilidade", disse ela, acrescentando que "mentiras e falsidades são uma tática familiar neste jogo de gato e rato durante o qual estamos buscando revelar a verdade".