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Por Kate Holton
LONDRES (Reuters) - Políticos, imprensa e público no Reino Unido receberam nesta sexta-feira com satisfação a decisão do rei Charles de afastar Andrew da vida pública nesta sexta-feira, após o monarca agir para proteger a instituição das ligações de seu irmão mais novo com o criminoso sexual Jeffrey Epstein.
Na quinta-feira, Charles retirou o título de príncipe de Andrew e o expulsou de sua mansão nos jardins do Castelo de Windsor, em resposta à indignação que se acumulou em torno do membro da realeza, ao longo de anos de manchetes negativas sobre seu comportamento.
A decisão do rei, que ainda está em tratamento regular contra o câncer, representa uma das medidas mais drásticas contra um membro da família real na história britânica moderna. Ela reflete o desejo de proteger a monarquia, que vem perdendo apoio entre os britânicos mais jovens.
O afastamento de Andrew foi notícia em todo o mundo, particularmente em países da Commonwealth, como Austrália, Canadá e Nova Zelândia, onde Charles é chefe de Estado.
O Palácio afirma que a solidariedade do rei está com as vítimas de abuso.
O Palácio disse que as punições eram necessárias, embora Andrew continue negando as acusações feitas contra ele.
"Suas Majestades desejam deixar claro que seus pensamentos e sua mais profunda solidariedade estiveram e continuarão com as vítimas e sobreviventes de todas as formas de abuso", diz o comunicado.
Em 2022, Andrew fez um acordo em um processo movido por Virginia Giuffre, que morreu em abril por suicídio, no qual era acusado de abuso sexual quando ela era adolescente. Ela teria sido apresentada a ele por Epstein.
Em uma entrevista à BBC em 2019, Andrew negou tê-la conhecido. O relato de Giuffre, que ele ainda nega, voltou à tona com a publicação de suas memórias neste mês.
Os jornais britânicos, que estamparam em suas primeiras páginas durante semanas detalhes das ligações de Andrew com Epstein e seus negócios financeiros, saudaram a decisão do palácio. O Daily Mail disse simplesmente "Banido" e o Daily Mirror escreveu "Finalmente".
No Reino Unido, os líderes dos partidos Conservador e Liberal Democrata saudaram o anúncio, e o ministro trabalhista Chris Bryant afirmou que o governo apoiava a decisão do rei após o "abuso de confiança".
Quando a BBC interrompeu um programa de debates políticos para anunciar a notícia, a plateia irrompeu em aplausos.
As principais redes de notícias da Austrália realizaram pesquisas de opinião e conversaram com australianos nas ruas. Muitos elogiaram a decisão do rei Charles, mas expressaram preocupação com o impacto que esses escândalos tiveram sobre a monarquia.
PROTEGENDO A INSTITUIÇÃO
Com as pesquisas mostrando que os mais jovens não simpatizam com a família real, especialistas disseram que Charles, de 76 anos, buscou proteger a instituição, afastando seu irmão mais novo, que há muito era acusado de demonstrar um senso de privilégio.
Mas a comentarista da realeza Afua Hagan disse que o dano já estava feito em função dos anos que o Palácio de Buckingham levou para tomar medidas enérgicas contra Andrew. "Não sei se isso será suficiente para reconquistar a confiança das pessoas", disse ela à Reuters.
Uma fonte do palácio afirmou que, embora Andrew continue negando as acusações, é evidente que houve graves erros de julgamento. A fonte disse que a decisão foi tomada por Charles, mas que ele conta com o apoio de toda a família, incluindo o príncipe William, herdeiro do trono.
BANIMENTO
A imagem de Andrew como um oficial naval elegante foi reforçada por seu serviço durante a Guerra das Malvinas contra a Argentina, no início da década de 1980.
Mas ele foi forçado a renunciar ao cargo de embaixador comercial itinerante do Reino Unido em 2011. Em 2019 ele abandonou todas as funções reais e em 2022 foi destituído de seus vínculos militares e patrocínios reais, em meio às alegações de má conduta sexual -- sempre negadas por ele.
Este mês, tabloides britânicos publicaram um e-mail de 2011 no qual Andrew dizia a Epstein que eles deveriam "manter contato próximo" e que "jogariam mais um pouco em breve".
Os jornais também se concentraram nas finanças de Andrew depois que o The Times revelou que ele não pagava o aluguel de uma mansão de 30 cômodos em Windsor havia duas décadas, após inicialmente ter pago por reformas.
Ele morou na mansão por muitos anos ao lado de sua ex-esposa, Sarah Ferguson.
As duas filhas do casal, a princesa Beatrice e a princesa Eugenie, ambas na faixa dos trinta e cinco anos, manterão seus títulos.
Equipes de televisão britânicas e internacionais se reuniram nesta sexta-feira em frente à propriedade de Windsor, na esperança de flagrar qualquer sinal de Andrew antes que ele se mude para uma acomodação privada alternativa, na propriedade de Sandringham, no leste da Inglaterra.
(Reportagem de Kate Holton, com contribuições adicionais de Sarah Young e Sarah Mills em Londres, e Praveen Menon em Sydney)
