GENEBRA (Reuters) - O saldo de mortos conhecidos no conflito na Ucrânia, iniciado em abril passado, já passa dos cinco mil e pode ser muito maior, declarou o escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos nesta sexta-feira.
Os combates se intensificaram nos últimos dez dias, e nesta sexta-feira o líder dos separatistas pró-Rússia teria dito que seu grupo irá levar adiante a ofensiva militar no leste ucraniano e não iniciará conversas sobre um cessar-fogo com o governo de Kiev.
"A escalada significativa das hostilidades desde 13 de janeiro elevou o saldo de mortos para 5.086 indivúduos, e tememos que a cifra real seja consideravelmente mais alta", disse o porta-voz dos direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Rupert Colville, em um boletim de imprensa em Genebra.
O saldo, baseado em dados oficiais sobre baixas coletados por monitores de direitos humanos da ONU, inclui 262 pessoas mortas em confrontos entre forças do governo ucraniano e os rebeldes nos últimos nove dias, "o período mais letal" desde a declaração de um cessar-fogo em 5 de setembro, afirmou ele. A trégua não foi mantida.
Indagado sobre a razão da incerteza no tocante ao saldo de mortos real, Colville disse à Reuters: "Não recebemos necessariamente todas as baixas militares". Ele afirmou que o saldo inclui civis e combatentes, mas que as cifras totais nem sempre estão disponíveis rapidamente.
Pelo menos 10.948 pessoas também ficaram feridas desde abril.
O escritório de direitos humanos da ONU se preocupa com "a presença contínua de combatentes estrangeiros no leste, o que supostamente inclui efetivos da Federação Russa, assim como a presença de armamentos pesados e sofisticados em áreas povoadas sob controle de grupos armados", declarou Colville.
A Rússia nega qualquer envolvimento direto no conflito.