Por Patricia Zengerle e Humeyra Pamuk
WASHINGTON (Reuters) - O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, rebateu as críticas direcionadas à retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão em uma audiência acalorada no Congresso, nesta segunda-feira, em que pelo menos um republicano pediu sua renúncia.
Em discussões com parlamentares, Blinken defendeu a decisão do presidente Joe Biden de sair do Afeganistão e contestou as acusações de que o Departamento de Estado poderia ter feito mais para ajudar norte-americanos e afegãos em risco a saírem, culpando o governo anterior pela falta de um plano.
Blinken apontou repetidamente que o ex-presidente republicano Donald Trump havia negociado o acordo de retirada com o Taliban, e disse que o governo do presidente Joe Biden não considerou renegociar por conta das ameaças do grupo de retomar o assassinato de norte-americanos.
"Não há evidências de que ficar lá por mais tempo teria feito as forças de segurança afegãs, ou o governo afegão, mais resilientes ou mais auto-sustentado", disse Blinken.
"Nós herdamos um prazo final. Não herdamos um plano", disse Blinken, em referência ao plano do governo Trump de retirar todas as forças norte-americanas do Afeganistão até o dia primeiro de maio.
Blinken apareceu nesta segunda-feira diante do Comitê de Assuntos Internacionais da Câmara dos Deputados, sendo a primeira autoridade do governo Biden a depor publicamente a parlamentares desde que o grupo militante islâmico retomou o Afeganistão.
(Reportagem de Patricia Zengerle, Humeyra Pamuk e Doina Chiacu; reportagem adicional de Idrees Ali)