Por Sabine Siebold e John Chalmers
BRUXELAS (Reuters) - Seis países-membros da União Europeia alertaram ao Executivo do bloco que não suspenda as deportações de postulantes a asilo afegãos rejeitados chegando à Europa, apesar dos grandes avanços de militantes do Taliban em seu país.
O Taliban, que luta para reinstaurar a lei islâmica rígida desde que foi deposto em 2001, tem conseguido expressivos avanços em sua campanha para derrotar o governo no momento em que as forças estrangeiras lideradas pelos Estados Unidos se retiram.
"Deter os retornos manda o sinal errado e provavelmente motivará ainda mais cidadãos afegãos a deixarem seus lares para ir à UE", disseram Áustria, Dinamarca, Bélgica, Holanda, Grécia e Alemanha em uma carta de 5 de agosto à Comissão Europeia.
"É por isto que pedimos a vocês e às suas equipes na Comissão para intensificarem as conversas com o governo afegão sobre como os retornos ao Afeganistão podem continuar e continuarão nos próximos meses", disseram os países na carta vista pela Reuters.
Muitos integrantes da UE estão temerosos de que os acontecimentos no Afeganistão possam provocar uma repetição da crise imigratória europeia de 2015/16, durante a qual a chegada caótica de mais de um milhão de pessoas do Oriente Médio sobrecarregou os sistemas de segurança e bem-estar e insuflou o apoio a grupos de extrema-direita.
Os seis países pediram ao bloco que examine como oferecer o melhor apoio aos refugiados aumentando a cooperação com Afeganistão, Paquistão e Irã.