Por Josh Smith
PYONGYANG (Reuters) - Sem mísseis de longo alcance em exibição, a Coreia do Norte realizou uma parada militar neste domingo concentrada em armas convencionais, paz e desenvolvimento econômico, para marcar o 70º aniversário da fundação do país.
Linha após linha de soldados marchando e colunas de tanques tremeram o chão antes de darem espaço a multidões que agitavam bandeiras e flores enquanto passavam diante do líder norte-coreano Kim Jong Un, que se sentou junto a um enviado da China, bem como com outros visitantes estrangeiros.
Kim disse ao enviado, o chefe do parlamento chinês Li Zhanshu, que a Coreia do Norte está se concentrando no desenvolvimento econômico e espera aprender com a experiência da China nesse sentido, informou a televisão estatal chinesa.
"A Coreia do Norte defende o consenso do encontro de Cingapura entre os líderes da Coreia do Norte e dos Estados Unidos, tomou medidas para isso e espera que os Estados Unidos tomem as medidas correspondentes para promover conjuntamente o processo de resolução política da questão da península", disse Kim, segundo a televisão chinesa.
O desfile destacou temas de realização militar, desenvolvimento nacional e engajamento internacional, em um momento em que surgiam dúvidas sobre seu compromisso de abandonar as armas nucleares.
Ao contrário dos anos anteriores, não havia mísseis intercontinentais em exibição. E não houve testes nucleares para marcar o feriado, como aconteceu em cada um dos dois últimos anos.
A Coreia do Norte rotineiramente usa feriados importantes para mostrar suas capacidades militares e os mais recentes desenvolvimentos em tecnologia de mísseis.
Mas isso diminuiu neste ano, sublinhando o objetivo declarado de Kim de desnuclearizar a península coreana e seus recentes encontros com o presidente sul-coreano Moon Jae-in e cúpulas com o presidente dos EUA Donald Trump e o presidente chinês Xi Jinping.
O tema das celebrações deste ano foi o desenvolvimento econômico e a unificação da península coreana, dividida desde a Segunda Guerra Mundial.
Kim Yong Nam, chefe de Estado titular da Coreia do Norte, fez um discurso na parada em que afirmou que o país alcançou o status de potência militar e que agora buscará esforços para fortalecer sua economia.