Por Jonathan Spicer
ISTAMBUL (Reuters) - A Suécia tomou "ações concretas" para lidar com as preocupações da Turquia sobre sua candidatura à Otan, incluindo intensificar os esforços de combate ao terrorismo contra militantes curdos, disse Estocolmo a Ancara, em uma carta datada de 6 de outubro e vista pela Reuters.
A carta de duas páginas dá 14 exemplos de medidas tomadas pela Suécia para mostrar que "está totalmente comprometida com a implementação" de um memorando assinado com a Turquia e a Finlândia em junho, que resultou na retirada do veto turco às suas candidaturas à aliança de segurança transatlântica.
Suécia e Finlândia lançaram suas candidaturas para ingressar na Otan em maio em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia, mas encontraram objeções da Turquia, que acusa os dois países nórdicos de abrigar o que diz serem militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e outros grupos.
Estocolmo e Helsinque negam abrigar terroristas, mas se comprometeram a cooperar com Ancara para resolver plenamente suas preocupações de segurança e suspender os embargos de armas. No entanto, o presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, disse recentemente, em 6 de outubro, que suas demandas ainda não tinham sido atendidas.
Em sua carta à Turquia, a Suécia afirmou que "medidas concretas foram tomadas em todos os elementos centrais do acordo trilateral".
A polícia de segurança e contraterrorismo da Suécia, Sapo, "intensificou seu trabalho contra o PKK" e fez "uma visita de alto nível" à Turquia em setembro para reuniões com a agência de inteligência MIT da Turquia, segundo a carta.
Autoridades suecas entregaram a carta, que não foi divulgada anteriormente, ao escritório de Erdogan e ao Ministério das Relações Exteriores no fim de semana, disse uma fonte familiarizada com a situação, que pediu anonimato devido à sensibilidade do assunto.
A carta pretende tranquilizar a Turquia sobre os esforços da Suécia em meio às negociações bilaterais em andamento e encorajar a aprovação final da candidatura de adesão à Otan, acrescentou a fonte.
Os parlamentos de todos os 30 Estados membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) precisam aprovar as candidaturas da Suécia e da Finlândia, o que marcaria uma ampliação histórica da aliança em meio à guerra na Ucrânia.
(Reportagem de Jonathan Spicer; Reportagem adicional de Simon Johnson em Estocolmo)