Por Niklas Pollard e Simon Johnson
ESTOCOLMO (Reuters) - A Suécia reabriu uma investigação sobre uma alegação de estupro contra o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, nesta segunda-feira, e disse que pedirá a extradição dele ao Reino Unido.
A vice-procuradora-chefe sueca, Eva-Marie Persson, disse que dará andamento e concluirá uma investigação preliminar que havia sido abandonada em 2017 sem acusações porque Assange havia se refugiado na embaixada do Equador em Londres.
Assange foi preso no Reino Unido no mês passado, depois de passar sete anos abrigado na embaixada.
Os Estados Unidos também querem sua extradição devido a acusações relacionadas à divulgação pública de uma grande quantidade de documentos secretos no WikiLeaks.
A procuradora sueca disse que pedirá que Assange seja detido devido a uma causa provável ligada a uma alegação de estupro e que emitirá um mandado de prisão europeu, processo por meio do qual se solicitará sua extradição.
O australiano de 47 anos está preso em Londres e foi condenado a passar 50 semanas atrás das grades no mês passado por violar sua condicional ao se refugiar na embaixada equatoriana.
Agora que a investigação sueca foi reaberta, não se sabe se Assange será transferido aos EUA para enfrentar acusações de conspiração por roubar informações confidenciais ou para a Suécia.
"Estou bem ciente do fato de que o processo de extradição está em andamento no Reino Unido e de que ele pode ser extraditado aos EUA", disse Eva-Marie.
Um juiz britânico deu ao governo norte-americano o prazo de 12 de junho para montar seu caso contra Assange.
Acusações de estupro prescrevem em 10 anos na Suécia, um prazo que chegará ao fim em meados de agosto do ano que vem no tocante ao suposto incidente envolvendo Assange, o que pressiona os procuradores a apresentarem alguma acusação formal.
Em reação à reabertura da investigação sueca, o WikiLeaks disse que o inquérito dará a Assange uma chance de limpar o nome.
"Desde que Julian Assange foi preso, em 11 de abril de 2019, houve uma pressão política considerável para a Suécia reabrir a investigação, mas sempre houve pressão política cercando este caso", disse Kristinn Hrafnsson, editor-chefe do WikiLeaks, em um comunicado.
(Reportagem adicional de Anna Ringstrom e Johan Ahlander, em Estocolmo, e Guy Faulconbridge, em Londres)
((Tradução Redação Rio de Janeiro; 55 21 2223-7128))
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