Por Kinda Makiyeh
DAMASCO (Reuters) - O renomado Templo de Bel na cidade síria de Palmira, explodido pelo Estado Islâmico no ano passado, não está em um estado irreparável, mas podem ser necessárias várias semanas para se estabelecer a extensão total dos danos no local por causa das minas terrestres espalhadas entre as ruínas, disse o chefe de antiguidades da Síria.
Imagens de satélite feitas depois que o templo de dois mil anos foi dinamitado pelo grupo jihadista e outras fotos divulgadas desde que forças do governo sírio retomaram a antiga cidade, no domingo passado, mostram que quase toda a estrutura desmoronou e virou uma pilha de destroços.
O templo foi um de vários monumentos importantes explodidos na cidade em 2015, incluindo o templo de Baal Shamin, um arco do triunfo e torres fúnebres. O museu de Palmira, que abriga artefatos muito valorizados, foi saqueado e estátuas foram esmagadas ou mutiladas.
Apesar da dimensão dos danos, Maamoun Abdelkarim afirmou que o Templo de Bel não foi pulverizado e que suas fundações continuam essencialmente intactas.
"O que foi dito a respeito de tudo ter sido reduzido a pó – não é pó", disse Abdelkarim à Reuters em Damasco. "Ainda há muito da estrutura... que pode ser reutilizado e reformado".
Ele falava antes de uma viagem a Paris na qual disse que irá comparecer a uma reunião da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, na sigla em inglês) e pedir auxílio internacional para restaurar Palmira. Na quarta-feira, o presidente sírio, Bashar al-Assad, conclamou o mundo todo a ajudar.
Engenheiros militares sírios já estão analisando a presença de minas na área, que se suspeita terem sido deixadas para trás pelo Estado Islâmico, informou o diretor.
Unidades russas de desarmamento de minas que usam robôs e cães farejadores também chegaram à Síria para começar a limpar a área, a demonstração mais recente do apoio de Moscou a Assad, seu maior aliado no Oriente Médio.
A reação ocidental à retomada de Palmira no domingo foi discreta. Embora alguns governos tenham louvado o revés imposto ao Estado Islâmico, relutam em comemorar qualquer vitória de um presidente cuja saída muitos deles exigiram cinco anos atrás, quando começou a guerra civil no país.
(Reportagem adicional de Andrew Osborn em Moscou)