Por Mathieu Bonkoungou e Nadoun Coulibaly
OUAGADOUGOU (Reuters) - Forças de segurança em Burkina Faso retomaram um hotel na capital neste sábado de combatentes da al Qaeda que haviam tomado o local em um ataque que matou dezenas de pessoas de, pelo menos, 18 países, marcando uma escalada da militância islâmica na África Ocidental.
Até o ataque de sexta-feira o país, sem saída para o mar e aliado de governo ocidentais contra grupos jihadistas nas áreas áridas do sul do Saara, havia sido poupado de ataques deste tipo, que têm atormentado países vizinhos.
O ataque de Ouagadougou, reivindicado pela al Qaeda no Magreb Islâmico, sinalizou uma expansão das operações de militantes islâmicos que estão forjando novas alianças e intensificando suas atividades, ecoando um crescimento do Estado Islâmico no Oriente Médio.
"A situação que estamos enfrentando desde ontem em Burkina Faso não tem precedentes", disse o presidente, Roch Marc Christian Kabore, ao visitar o local do ataque. "Estes são atos vis e covardes e as vítimas são pessoas inocentes."
"Pedimos que o povo de Burkina fique vigilante e corajoso pois precisamos incluir os ataques terroristas como parte integral de nossa luta diária", continuou ele.
Kabore disse que 23 pessoas de 18 diferentes nacionalidades foram mortas no ataque ao Hotel Splendid e a um cassino próximo, popular entre os soldados ocidentais e franceses que têm base em Bukina Faso. As autoridades não deram mais detalhes sobre as vítimas.
O embaixador francês Gilles Thibault colocou o número de mortos em 27 e afirmou no Twitter que cerca de 150 reféns haviam sido liberados durante uma operação que recebeu apoio das forças francesas e norte-americanas.
As autoridades de Burkina Faso afirmaram que cerca de 33 pessoas ficaram feridas e quatro assaltantes, incluindo um "árabe" e dois "africanos negros", foram mortos.
O ataque islâmico teve início às 20:30 (18:30 no horário de Brasília) de sexta-feira, quando a área fica tipicamente cheia. Os atacantes incendiaram carros e dispararam para o ar para levar as pessoas de volta ao edifício, antes de entrarem no hotel e tomar reféns.
(Reportagem adicional de François Murray em Londres)