Por Mark Hosenball
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou nesta quinta-feira como "fake news" uma reportagem alegando que ele fez uma promessa por telefone a um líder estrangeiro considerada preocupante o suficiente para que uma autoridade da inteligência norte-americana registrasse uma denúncia.
"Praticamente, a qualquer momento em que eu falo ao telefone com um líder estrangeiro, compreendo que muitas pessoas podem estar ouvindo a partir de várias agências dos EUA, sem mencionar aquelas de outros países", tuitou Trump.
Em sua sequência de tuítes, o presidente questionou se alguém seria "idiota o suficiente" para acreditar que ele diria algo inapropriado com um líder estrangeiro durante uma ligação bastante supervisionada. "De todo modo, eu só faria o que é certo e só faria o bem para os EUA!", acrescentou.
O jornal Washington Post, citando duas ex-autoridades familiarizadas com o assunto, disse na quarta-feira que o inspetor-geral da Comunidade de Inteligência dos EUA, Michael Atkinson, havia determinado que a denúncia era crível e problemática o suficiente para ser considerada um assunto de "preocupação urgente" e que requer que comitês do Congresso sejam notificados.
No entanto, o diretor em exercício da Inteligência Nacional, Joseph Maguire, não apresentou uma cópia da denúncia ao Congresso.
Presidente do Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados, o democrata Adam Schiff emitiu uma intimação a Maguire na semana passada como tentativa de forçá-lo a divulgar a denúncia.
O gabinete de Maguire não respondeu de imediato a um pedido por comentários.
Uma fonte do Congresso disse à Reuters nesta quinta-feira que a denúncia fora submetida ao inspetor-geral em 12 de agosto, acrescentando que parecia improvável a queixa ser apresentada por alguém na Agência Central de Inteligência (CIA), já que a agência tem seu próprio inspetor-geral.
Um depoimento de Maguire está previsto para ocorrer na próxima semana.