WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se defendeu nesta quarta-feira após uma notícia que afirmava que seus negócios perderam mais de 1 bilhão de dólares entre 1985 e 1994, alegando que ele tinha margem com seus impostos como desenvolvedor do setor imobiliário.
A notícia, publicada pelo New York Times na terça-feira, detalhou como seu negócio principal de cassinos, hotéis e edifícios de apartamentos tinha perdido 1,17 bilhão de dólares ao longo de uma década, permitindo que ele evitasse o pagamento de imposto sobre renda em oito destes 10 anos.
Trump disse que obteve acentuadas reduções fiscais por depreciação e muitas perdas não monetárias, acrescentando que a reportagem continha "informações muito velhas".
"Você sempre queria mostrar perdas por propósitos fiscais... quase todos os desenvolvedores imobiliários faziam - e frequentemente renegociavam com bancos", disse Trump no Twitter nesta quarta-feira, acrescentando que era "a regra do jogo".
Democratas na Câmara dos Deputados dos EUA solicitaram as declarações de impostos de Trump como parte de investigações sobre o presidente e possíveis conflitos de interesse. O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, nesta semana rejeitou um pedido por esses documentos, abrindo caminho para uma provável disputa judicial.
Embora candidatos à Presidência dos EUA tradicionalmente divulguem suas declarações fiscais durante as campanhas eleitorais, Trump se recusou a fazê-lo. Ele também continua como proprietário de seu negócio, embora tenha dito que seus filhos cuidam das operações no dia-a-dia.
A presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, escreveu no Twitter nesta quarta-feira que a reportagem ressalta a necessidade que parlamentares analisem os impostos de Trump, como permite a lei.
Separadamente, ela disse ao Washington Post em entrevista que está a cargo do presidente do Comitê de Meios e Recursos da Câmara, Richard Neal, decidir os próximos passos sobre a questão dos impostos.
"Ele tem um caminho", disse Pelosi, acrescentando que há diversas opções para avançar, incluindo ir ao tribunal.
(Por Makini Brice, Richard Cowan e Susan Heavey)