WASHINGTON (Reuters) - O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou o uso pela Ucrânia de mísseis fornecidos pelos EUA para realizar ataques em território russo, em uma entrevista à revista Time publicada nesta quinta-feira, sugerindo que alteraria a atual política de Washington em relação à Ucrânia.
"É uma loucura o que está acontecendo. É uma loucura. Discordo veementemente do envio de mísseis a centenas de quilômetros da Rússia. Por que estamos fazendo isso? Estamos apenas agravando essa guerra e tornando-a pior. Não deveríamos ter permitido que isso fosse feito", disse Trump em uma entrevista para marcar sua nomeação como Personalidade do Ano da Time.
No mês passado, o presidente norte-americano, Joe Biden, suspendeu a proibição dos EUA de que a Ucrânia usasse mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA para ataques no território da Rússia, em sua mais recente tentativa de impulsionar a Ucrânia na batalha para repelir uma invasão militar russa.
A decisão foi tomada após pedidos do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy. A Casa Branca citou o uso pela Rússia de 15.000 soldados norte-coreanos ao longo da frente de batalha como o principal motivo pelo qual Biden mudou de ideia sobre os mísseis.
Trump disse que gostaria de pôr um fim rápido à guerra de quase três anos. Ele disse à Time que tinha um "plano muito bom" para ajudar, mas que se o revelasse agora "se tornaria um plano quase sem valor".
Trump, que assume o cargo em 20 de janeiro, reuniu-se no último fim de semana com Zelenskiy e o presidente francês, Emmanuel Macron, em Paris.
Ele disse à Time que o número de pessoas que estão morrendo no conflito não é sustentável.
"Estou falando de ambos os lados. É realmente vantajoso para ambos os lados que isso seja feito", disse.
(Reportagem de Helen Coster e Steve Holland)