Por Jeff Mason e Stephen Kalin
WASHINGTON/ISTAMBUL (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira que as autoridades estão chegando mais perto de entender o desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi agora que investigadores turcos se preparam para entrar no consulado saudita em Istambul, onde ele foi visto pela última vez.
"Tenho que descobrir o que aconteceu... e provavelmente estamos chegando mais perto do que vocês podem pensar", disse Trump em uma entrevista ao programa "Fox & Friends" da rede Fox News.
Só tem aumentado a pressão global sobre a Arábia Saudita, aliada próxima dos EUA, a respeito do desaparecimento de Khashoggi, crítico notório das políticas de Riad que entrou no consulado em 2 de outubro para receber documentos para seu casamento. Sua noiva turca, Hatice Cengiz, que esperava do lado de fora, disse que ele nunca reapareceu.
Fontes da Turquia disseram acreditar que Khashoggi foi assassinado dentro do edifício e que seu corpo foi removido, alegações que Riad descartou afirmando serem infundadas.
Uma equipe de investigadores está se preparando para entrar na representação, disse uma autoridade de segurança turca à Reuters.
"Agora eles estão esperando a permissão final para entrar no consulado", disse o funcionário, na sequência de uma oferta inicial das autoridades sauditas. Não ficou claro quando isso pode acontecer.
Mais tarde nesta quinta-feira a Turquia aceitou uma proposta saudita para formar um grupo de trabalho conjunto para investigar o caso, disse o porta-voz presidencial turco, Ibrahim Kalin, segundo a agência de notícias Anadolu.
Na entrevista, Trump disse que os EUA estão trabalhando com a Turquia e a Arábia Saudita, acrescentando: "Temos investigadores lá".
Mas três fontes das autoridades de segurança dos EUA disseram que, como Khashoggi não é cidadão norte-americano e desapareceu fora do país, o FBI não tem jurisdição automática para se envolver no caso, e só pode fazê-lo a pedido de um governo estrangeiro, como a Turquia.
Autoridades de alto escalão dos EUA, incluindo o conselheiro e genro de Trump, Jared Kushner, conversaram com o príncipe da coroa saudita, Mohammed bin Salman, sobre o sumiço de Khashoggi. Kushner e o príncipe da coroa se tornaram próximos pouco depois da posse de Trump.
Mas a relação de Trump com Riad pareceu ter azedado um pouco, já que este se queixou diretamente ao rei Salman do custo do apoio dos EUA aos militares sauditas e dos aumentos no preço do petróleo feitos pela Opep.