Por Steve Holland e Susan Cornwell
WASHINGTON (Reuters) - O provável candidato presidencial republicano Donald Trump terá um encontro incomum nesta quinta-feira com o presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Paul Ryan, para tentarem começar a aparar as arestas que a candidatura rebelde de Trump criou no Partido Republicano.
Normalmente os líderes da legenda se mostram dispostos a dar apoio ao indicado presidencial para reunir forças antes da eleição geral. Mas Ryan, o mais importante republicano com cargo eletivo, vem negando seu endosso devido às suas preocupações com o tom incendiário e as plataformas políticas do magnata de Nova York, que se chocam com a doutrina profundamente enraizada da legenda.
Tanto Trump quanto Ryan adotaram um discurso conciliador antes de sua reunião das 9h locais na sede do Comitê Nacional Republicano, uma sessão que iria incluir o presidente do Comitê Nacional do Partido Republicano, Reince Priebus, amigo de Ryan que quer união no partido.
"Tenho muito respeito por Paul Ryan", disse Trump na quarta-feira no programa "Fox and Friends", da rede de televisão Fox News Channel. "Vamos ver o que acontece. Se fizermos um acordo, será ótimo. E se não fizermos, vamos adiante aos trancos e barrancos, como venho fazendo e vencendo sempre".
Na semana passada Trump se tornou o provável indicado do partido para a eleição de 8 de novembro após seus últimos rivais, o senador do Texas Ted Cruz e o governador de Ohio, John Kasich, desistirem da disputa. A pré-candidata democrata Hillary Clinton é sua adversária mais provável.
Na quarta-feira Ryan disse a repórteres que quer simplesmente conhecer Trump.
"Há bastante espaço para disputas a respeito de políticas diferentes neste partido. Somos de alas diferentes do partido. O objetivo aqui é unificar as várias alas do partido em torno de princípios comuns para que sigamos em frente unidos", disse Ryan.