Por Pawel Florkiewicz e Tuvan Gumrukcu
ANCARA/VARSÓVIA (Reuters) - A Turquia barrou sírios, iraquianos e iemenitas em voos para Minsk, nesta sexta-feira, possivelmente interditando uma das rotas usadas por imigrantes que a União Europeia diz terem sido enviados por Belarus para criar uma crise humanitária deliberada em sua fronteira.
Milhares de imigrantes, a maioria do Oriente Médio, estão se abrigando sob temperaturas congelantes nas florestas das fronteiras entre Belarus e Polônia e Lituânia, ambas integrantes da UE que estão se recusando a lhes dar passagem. Alguns já morreram, e há temores a respeito da segurança dos restantes agora que as condições duras do inverno se instauram.
A UE acusa Belarus de criar a crise como parte de um "ataque híbrido" ao bloco, distribuindo vistos bielorrussos no Oriente Médio, transportando os imigrantes de avião e incentivando-os a tentarem cruzar a divisa ilegalmente. A UE pode impor novas sanções a Belarus e a empresas aéreas que culpa por transportar os imigrantes já a partir de segunda-feira.
Belarus nega ter forjado a crise, mas também diz que tampouco pode ajudar a resolvê-la a menos que a Europa suspenda sanções prévias, que a UE adotou para punir o presidente Alexander Lukashenko por uma repressão violenta a protestos de rua em massa contra seu governo em 2020.
A Turquia nega desempenhar um papel direto permitindo que seu território seja usado para trasladar imigrantes, mas o site do aeroporto de Minsk listava seis voos chegando de Istambul nesta sexta-feira -- a maior quantidade de qualquer cidade de fora da antiga União Soviética.
(Por Pawel Florkiewicz e Anna Wlodarczak-Semczuk, em Varsóvia; Tuvan Gumrukcu, em Ancara; e Dmitry Antonov e Andrew Osborn, em Moscou)