KIEV (Reuters) - A Ucrânia acusou o ex-premiê italiano Silvio Berlusconi nesta segunda-feira de espalhar propaganda russa depois que ele disse que não buscará uma reunião com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, se ele ainda fosse chefe de governo.
Berlusconi, de 86 anos, frequentemente se vangloriava de sua amizade com o presidente russo, Vladimir Putin, antes da Rússia iniciar a guerra contra a Ucrânia no ano passado.
Em comentários no domingo, Berlusconi disse que tudo o que Zelenskiy tinha que fazer para evitar a guerra na Ucrânia era "parar de atacar" o território controlado por separatistas apoiados pela Rússia no leste e que ele julgou o comportamento do presidente "muito, muito negativamente".
"As acusações ridículas de Berlusconi contra o presidente ucraniano são uma tentativa de beijar as mãos de Putin, que estão cobertas de sangue até os cotovelos", escreveu Oleg Nikolenko, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, no Facebook (NASDAQ:META).
"Ao mesmo tempo, o político italiano deve entender que, ao espalhar propaganda russa, ele encoraja a Rússia a continuar com seus crimes contra a Ucrânia e, portanto, tem responsabilidade política e moral", disse.
Nikolenko acusou Berlusconi de tentar mostrar lealdade ao "ditador russo" e traçou paralelos com o relacionamento do ex-premiê italiano com o falecido líder líbio Muammar Gaddafi. Em sua publicação no Facebook, Nikolenko publicou uma fotografia de Berlusconi beijando a mão de Gaddafi em 2010.
Nikolenko saudou uma declaração do gabinete da atual primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, reiterando o apoio "firme e convicto" de seu governo à Ucrânia.
(Por Olena Harmash)