Por Gabriela Baczynska e John Chalmers
BRUXELAS, (Reuters) - A União Europeia concordou nesta sexta-feira com uma solicitação feita pelo governo britânico para conceder um adiamento ao Brexit, mas não estabeleceu datas, dando tempo para que o Parlamento britânico decida a respeito de um pedido do premiê Boris Johnson para antecipar uma eleição.
"Houve total consenso sobre a necessidade de uma extensão", disse uma autoridade da UE após embaixadores dos outros 27 países-membros do bloco se reunirem para debater o adiamento da saída britânica, menos de uma semana antes do prazo atual de 31 de outubro.
"O trabalho irá continuar ao longo do fim de semana", afirmou, acrescentando que os enviados iriam se reencontrar em Bruxelas no início da próxima semana.
Nesta sexta-feira, Johnson disse que cabia à UE decidir sobre um novo adiamento, mas que a separação deveria ocorrer em 31 de outubro.
"Claro que 31 de outubro ainda é possível -- nós podemos sair em 31 de outubro. Infelizmente, isso depende do que a UE disser", afirmou o premiê.
Johnson acrescentou que se o Partido Trabalhista, de oposição, se opuser a seu pedido por uma eleição geral em 12 de dezembro, seu governo não se envolveria em uma "Brexitologia" sem sentido.
Johnson exigiu uma eleição antes do Natal para acabar com o que rotulou como o "pesadelo" da crise do Brexit, admitindo que não cumprirá o prazo "tudo ou nada" de 31 de outubro.
A decisão da UE ainda deixa em branco uma nova data para o Brexit. Um funcionário do bloco explicou: "É basicamente algo entre um adiamento flexível de três meses ou um de duas camadas".
Na primeira opção, o Reino Unido sairia em 31 de janeiro, mas mais cedo se o país e a UE ratificassem um acordo antes desse prazo. A segunda incluiria uma segunda data específica para a saída britânica.
Ainda na quinta-feira, Johnson disse em uma carta ao líder opositor trabalhista, Jeremy Corbyn, que dará até o dia 6 de novembro para o Parlamento aprovar seu acordo do Brexit, mas que na segunda-feira os parlamentares precisam endossar uma eleição em dezembro -- a terceira tentativa do premiê de forçar a antecipação de uma eleição.
"Prolongar esta paralisia até 2020 teria consequências perigosas", disse.
(Reportagem adicional de Jan Strupcewski)