Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - Uma autoridade do Vaticano divulgou neste domingo uma carta aberta acusando um arcebispo que pediu a renúncia do papa Francisco de fazer uma armação política "sem base real".
O cardeal Marc Ouellet disse em uma carta detalhada de três páginas que o pedido do arcebispo Carlo Maria Vigano para que o papa renunciasse, porque ele supostamente teria encoberto a conduta sexual imprópria de um importante membro da Igreja norte-americana, era uma "calúnia e difamação".
Ouellet, que dirige a Congregação para os Bispos do Vaticano, publicou a carta em resposta a uma declaração que Vigano fez no dia 26 de agosto, na qual acusou uma longa lista de autoridades do Vaticano e da Igreja nos Estados Unidos de encobrir fatos em favor de Theodore McCarrick, de 88 anos, ex-arcebispo de Washington, e pediu que o papa renunciasse.
Vigano disse que o papa sabia há anos da prática de assédio sexual de McCarrick contra seminaristas adultos do sexo masculino, mas não fez nada a respeito.
A carta de Ouellet, com uma objetividade incomum entre os clérigos, foi uma refutação ponto-a-ponto das declarações de Vigano.
Ele disse que Vigano, que está escondido e divulgou suas acusações exclusivamente através da mídia católica conservadora, que é tradicionalmente antagônica ao papa, se deixou "convencer dessa monstruosa acusação".
O canadense Ouellet, disse: "Concluo, portanto, que suas acusações são trabalho com motivação política desprovido de qualquer fundamento real".
Ele instou Vigano a "sair do esconderijo, arrepender-se de sua revolta e retornar a melhores sentimentos em relação ao Santo Padre, em vez de piorar a hostilidade contra ele".
Ele acrescentou: "Os ministros da verdade não devem, acima de tudo, ficar longe da calúnia e da difamação?"