Por Riccardo Bastianello
VENEZA, Itália (Reuters) - O prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro, declarou a cidade como uma zona de desastre, nesta quarta-feira, depois que a segunda maior enchente já registrada atingiu a cidade de madrugada, inundando sua basílica histórica e deixando muitas praças e travessas debaixo de muita água.
Um morador de Pellestrina, uma das muitas ilhas da lagoa veneziana, morreu ao ser atingido por um raio enquanto usava uma bomba de água elétrica, informou o corpo de bombeiros.
Autoridades municipais disseram que o nível da água chegou a 187 centímetros às 22h50 de terça-feira, pouco abaixo do recorde de 194 centímetros de 1966.
Imagens noturnas mostraram uma torrente de água atiçada por ventos fortes se arrastando pelo centro da cidade, e Luca Zaia, governador da região de Vêneto, descreveu uma cena de "devastação apocalíptica".
O prefeito Luigi Brugnaro disse que a situação é dramática. "Pedimos ao governo que nos ajude. O custo será alto. Este é o resultado da mudança climática", escreveu no Twitter.
Ele disse que declarará uma zona de desastre e pedirá ao governo que decrete um estado de emergência, o que permitiria a liberação de fundos para tratar dos danos.
A Praça de São Marcos ficou debaixo de mais de um metro de água, e a Basílica de São Marcos adjacente foi inundada pela sexta vez em 1.200 anos -- mas a quarta nos últimos 20.
Uma barreira anti-inundação foi concebida em 1984 para proteger Veneza do tipo de maré alta que arrasou a cidade na terça-feira, mas o projeto de vários bilhões de euros, conhecido como Mose, vem sendo assolado por escândalos de corrupção e ainda não está em operação.
Brugnaro disse que a basílica sofreu "danos graves", mas não havia detalhes disponíveis sobre seu interior essencialmente bizantino, famoso por seus mosaicos ricos.