Por Michael Nienaber
BERLIM (Reuters) - Uma líder dos Verdes da Alemanha disse nesta terça-feira que o partido não insistirá em datas fixas para fechar as usinas de energia movidas a carvão e proibir carros com motor de combustão interna, descartando duas exigências essenciais antes de conversas decisivas com outros partidos para a formação de uma coalizão de governo.
A chanceler alemã, Angela Merkel, cujo bloco conservador ficou em primeiro, mas perdeu cadeiras, em uma eleição federal em setembro, está tentando formar uma aliança tripartite difícil com os Verdes e o pró-mercado Partido Democratas Livres (FDP, na sigla em alemão) que seria inédita em nível nacional.
Apesar de semanas de conversas exploratórias, os partidos continuam distantes nos temas clima, energia e política imigratória e discordam sobre quem culpar pela falta de progresso.
Esta falta de progresso nas conversas da coalizão pode sujeitar a Alemanha a um longo período à deriva no momento em que a maior economia da Europa está em grande forma e muitos no continente procuram uma liderança em Berlim para tratar de assuntos que vão da governança da zona do euro aos laços transatlânticos.
"Para nós, não importa se a última usina de energia movida a carvão sairá de operação em 2030 ou 2032. Nisso somos pragmáticos", disse Simone Peter, colíder dos Verdes, ao jornal Rheinische Post antes da próxima rodada de negociações.
Peter disse, porém, que é crucial combinar as medidas adicionais de proteção climática para reduzir as emissões de CO2 alemãs em 40 por cento até 2020 em comparação ao nível de 1990, como Merkel havia prometido.
Na segunda-feira Merkel e seu líder parlamentar, Volker Kauder, disseram que cumprirão as metas climáticas do país.