Por Karolina Tagaris
LAGO MORNOS, Grécia (Reuters) - Embaixo do lago Mornos no centro da Grécia reaparecem os restos enlameados de casas que estão reemergindo depois de quase 45 anos desde que o vilarejo desapareceu embaixo d’água.
Depois de um inverno quase sem neve, um verão com pesadas ondas de calor e meses de pouca chuva em boa parte da Grécia, o gigantesco lago criado pelo homem que fornece água para quase metade da população grega se reduziu ao seu nível mais baixo em décadas.
"Dia a dia, a água diminui", disse Dimitris Giannopoulos, prefeito do município de Dorida, acrescentando que nada similar foi visto em 33 anos.
Grandes áreas de terra rachada cercam as ruínas do vilarejo perdido de Kallio, que foi inundado em 1980 para criar o lago com o objetivo de atender a sempre crescente demanda por água da capital do país, a cerca de 200 km de distância.
O árido clima mediterrâneo da Grécia tornou o país particularmente suscetível aos efeitos do aquecimento global, que piorou as queimadas no verão com incêndios que atingiram os subúrbios de Atenas no mês passado. Cientistas dizem que eventos extremos de temperatura estão conectados com o aquecimento global e, agora, geram o declínio do lago.
A superfície do lago encolheu de cerca de 16,8 km quadrados em agosto de 2022 para apenas 12 km quadrados este ano, de acordo com imagens de satélite do Observatório Nacional da Grécia.