Por Sarah Marsh e Nelson Acosta
HAVANA (Reuters) - Com gritos de "Viva Felipe!" e "Viva Espanha!" cubanos saudaram o rei Felipe em Havana, na primeira visita de Estado de um monarca espanhol a Cuba, ex-colônia da Espanha que virou uma nação governada por comunistas.
No início do dia, Felipe e sua esposa, Letizia, colocaram flores no monumento em Havana para José Martí, um símbolo da luta de Cuba pela independência da Espanha, antes do encontro com o presidente Miguel Díaz-Canel no Palácio da Revolução.
O rei manteve conversas a portas fechadas com Díaz-Canel, durante as quais eles concordaram em desenvolver relações políticas e econômicas bilaterais positivas, segundo a mídia estatal cubana. A Espanha é o terceiro maior parceiro comercial de Cuba e um dos seus principais investidores.
A visita ilustra a normalização das relações da Europa com Cuba, mesmo num momento em que os Estados Unidos se empenham em uma política de décadas que busca pressionar o governo a fazer reformas, ao reforçar seu embargo comercial.
Alguns políticos espanhóis e dissidentes cubanos criticaram a viagem, dizendo que ela legitima o sistema de partido único de Cuba em um momento de crescente repressão.
No entanto, muitos moradores locais são gratos pelo que veem como um sinal de apoio ao povo cubano, que luta com uma crise na ineficiente economia estatal, na esteira de um declínio do apoio da aliada Venezuela e do aumento das sanções dos EUA.
"A Espanha continua sendo nossa nação-mãe e nos identificamos muito com ela, então a visita deles é muito importante para nós", disse Maria Pazos, moradora de Havana, cujos bisavós paternos vieram da Catalunha. "Também é uma reafirmação de que não estamos sozinhos, que temos apoio."