(Reuters) - O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta quarta-feira que a divisão na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre o ritmo de corte da Selic foi sobre colocar na balança os ganhos de elevar a cautela contra o custo de não seguir o "guidance" (orientação) anterior do colegiado.
Em seminário promovido pelo Valor Econômico em Nova York, Galípolo disse "fazer coro" a comentários de mais cedo do presidente do BC, Roberto Campos Neto, de que a discussão no último Copom foi centrada em argumentos técnicos, com o colegiado avaliando de forma unânime a importância de perseguir a reancoragem das expectativas de inflação, independentemente de suas causas.
O BC cortou a Selic em 0,25 ponto percentual na quarta-feira, para 10,50%, reduzindo o ritmo de afrouxamento monetário após seis cortes seguidos de 0,50 ponto. A decisão foi tomada por 5 votos a 4.
No evento desta quarta-feira, Galípolo disse que considerou votar por um corte de 0,25 ponto percentual e teria ficado "confortável" com essa decisão, mas optou por defender um novo corte de 0,50 ponto.
Ele afirmou ainda que "meta (de inflação) não se discute, se persegue e se atende".
(Por Bernardo Caram, reportagem adicional de Luana Maria Benedito)