Melhores ações de varejo 2025

Existem mais de 400 ações listadas na bolsa de valores brasileira que representam os mais variados setores da economia, incluindo empresas de varejo que oferecem aos investidores exposição direta ao mercado consumidor doméstica.

As empresas de varejo listadas na B3 desempenham um papel fundamental como termômetro da economia doméstica. Elas refletem diretamente o poder de compra da população e as tendências de consumo, tornando-se indicadores valiosos para investidores que buscam entender a saúde econômica do país.

As empresas de varejo na bolsa são pertencentes a diferentes segmentos, entre os quais: 

O setor de varejo tem mostrado transformações nos últimos anos, impulsionado pelos seguintes fatores-chave:

Transformação digital acelerada: As empresas que investiram em omnicanalidade e tecnologia estão colhendo os frutos desses investimentos, conseguindo atender melhor às demandas dos consumidores modernos.

Foco em eficiência operacional: A pressão por margens levou as varejistas a otimizarem suas operações, resultando em estruturas de custos mais enxutas e competitivas.

Expansão estratégica: Empresas bem capitalizadas estão aproveitando o momento para expandir sua presença geográfica e ganhar participação de mercado.

A seleção de ações de varejo requer uma análise criteriosa de diversos indicadores fundamentalistas que podem determinar o sucesso de longo prazo desses investimentos. Os critérios fundamentalistas essenciais são:

• ROE (Return on Equity): Mede a capacidade da empresa de gerar lucro com o capital dos acionistas.

• Margem EBITDA: Indica a eficiência operacional e capacidade de geração de caixa. 

• Giro de estoque: Fundamental no varejo, mostra a eficiência na gestão dos produtos.

• Dividend Yield: Percentual de retorno em dividendos sobre o preço da ação.

• Payout ratio: Proporção do lucro distribuída como dividendos.

• Histórico de pagamentos: Consistência nos pagamentos ao longo dos anos.

• Endividamento líquido: Nível de alavancagem da empresa.

• Liquidez corrente: Capacidade de honrar compromissos de curto prazo.

• Geração de caixa livre: Disponibilidade de recursos para investimentos e distribuições.

Para facilitar sua análise, recomendamos utilizar o filtro de ações especializado em ações de varejo. A ferramenta disponível pelo Investing.com permite comparar rapidamente dezenas de empresas do setor, identificando aquelas que atendem aos seus critérios específicos de investimento.

Solicitamos ao WarrenAI, consultor de investimentos de IA do InvestingPro, as três melhores oportunidades de investimento em ações de varejo para 2025:

¹Saúde Financeira: Score proprietário Investing Pro (pontuação entre 1 e 5)

• Lojas Renner (LREN3)
  • Resultados: Lucro líquido de R$404,5 milhões no 2T25 (+28,4% a/a), EBITDA ajustado surpreendendo para cima, e dividend yield de 6,1% — um dos maiores do setor.
  • Saúde: Score financeiro elevado (3,06), dívida controlada e margens crescentes.
  • Destaque: Crescimento sustentado tanto por preço quanto por volume, com estratégia de repasse de preços próxima à inflação para o 2º semestre.
•  Grupo Mateus (GMAT3)
  • Resultados: Receita em expansão acelerada (+19,8%), ROE de 14,2%, payout crescente e valuation atrativo (P/L 10,9x).
  • Saúde: Score de 3,00 e endividamento baixo (dívida/PL de 45%).
  • Destaque: Crescimento agressivo no Norte/Nordeste, eficiência operacional e capacidade de expansão acima da média.
• Vivara (VIVA3)
  • Resultados: Mesmo com queda pontual do lucro no 2T25 (-28,4% a/a), receita ainda cresce (+16%), EBITDA ajustado acima do consenso e vendas em lojas físicas subindo 11%.
  • Saúde: Score de 3,15, endividamento saudável e rentabilidade elevada (ROE de 29,5%).
  • Destaque: Marca forte, execução eficiente e potencial de expansão em diferentes canais de venda.

Citar as ações de varejo na B3 é realizar uma associação imediata de Magazine Luiza, Americanas e Casas Bahia. Os três papéis não são as melhores ações do segmento.

As três ações enfrentaram quedas impressionantes em 2025: -44,0% para Magazine Luiza, -89,7% para Americanas e -43,2% para Casas Bahia. Cada empresa carrega desafios que pesam mais do que eventuais oportunidades de reversão rápida — e os dados explicam por quê.

• Magazine Luiza (MGLU3): Apesar de ter revertido prejuízo operacional em 2024, o lucro líquido ainda é modesto (R$ 448,72 milhões) e o resultado do 2º trimestre de 2025 mostrou prejuízo contábil e lucro ajustado quase insignificante. O crescimento de receita perdeu tração (+3,5% em 2024), e o mercado penalizou fortemente a ação.
• Americanas (AMER3): Passou por colapso operacional e contábil; o salto positivo do lucro em 2024 (R$ 8,28 bilhões) reflete eventos não recorrentes de reestruturação, não desempenho sustentável. Receita em queda, prejuízos recorrentes, e free cash flow negativo mostram que o risco permanece extremo.
• Casas Bahia (BHIA3): Vive reestruturação profunda, com prejuízos bilionários e queda de receita pelo segundo ano seguido. O novo controlador (Mapa Capital) sinaliza tentativa de virada, mas fundamentos ainda são frágeis: dívida muito alta (dívida/patrimônio de 615,3%) e saúde financeira apenas “regular”.

As três empresas passam pelas seguintes fragilidades:

• Volatilidade extrema: Todas sofreram quedas superiores a -40% em 12 meses, reflexo de baixa confiança do mercado.
• Rentabilidade pressionada: Margens de lucro e retorno sobre o patrimônio muito abaixo do ideal, com oscilações negativas recorrentes.
• Saúde financeira frágil: Dívida elevada e processos de reestruturação aumentam risco de novas perdas ou necessidade de capitalização.
• Dividendos inexistentes: Nenhuma pagou dividendos relevantes em 2024 — um alerta para quem busca renda.

Essas ações só seriam consideradas “melhores” para perfis altamente especulativos, que apostam em recuperação drástica (turnaround). No cenário atual, empresas como Lojas Renner, Grupo Mateus e Vivara apresentam fundamentos mais sólidos, crescimento consistente e volatilidade muito menor — por isso, são favoritas dos analistas para 2025.

O investimento em ações de varejo requer uma abordagem estratégica que considere as particularidades do setor e os riscos envolvidos.

Estratégias de Diversificação

Diversificação por Segmento: 

• Mix de subsegmentos: Combine atacarejo, e-commerce, moda e especialidades. 

• Diferentes perfis de risco: Balance empresas consolidadas com ações de crescimento.

• Exposição geográfica: Inclua empresas com atuação nacional e regional.

Diversificação por Modelo de Negócio: 

• Empresas físicas tradicionais: Lojas com presença consolidada no varejo físico.

• Players digitais puras: Foco exclusivo ou predominante no e-commerce.

• Omnichannel: Empresas que integram eficientemente canais físicos e digitais.

Estratégias de Timing

Custo Médio por Ação: Realize aportes regulares para reduzir o impacto da volatilidade e aproveitar diferentes momentos de preço.

Rebalanceamento periódico: Ajuste as posições trimestralmente com base na performance relativa e mudanças nos fundamentos.

Aproveitamento de oportunidades: Mantenha reservas para aproveitar quedas pontuais em empresas de qualidade.

Riscos a Considerar

Riscos Setoriais: 

• Sensibilidade ao ciclo econômico: Varejo é altamente correlacionado com renda e emprego.

• Pressão competitiva: Setor fragmentado com intensa competição por preços.

• Mudanças no comportamento do consumidor: Mudanças tecnológicas podem tornar obsoletos modelos tradicionais.

Riscos Específicos: 

• Gestão de estoque: Riscos de obsolescência e perda de produtos.

• Alavancagem operacional: Custos fixos elevados amplificam variações na receita.

• Dependência de crédito: Empresas que oferecem financiamento próprio enfrentam risco de inadimplência.

Participação recomendada: As ações de varejo devem representar entre 15% a 25% de uma carteira diversificada de ações, dependendo do perfil de risco do investidor.

Complementaridade setorial: Combine varejo com setores menos cíclicos como utilities, telecomunicações e energia para reduzir a volatilidade geral da carteira.

Hedge contra inflação: Muitas empresas de varejo conseguem repassar aumentos de custos, oferecendo proteção natural contra pressões inflacionárias.

Sincronização com ciclos: Aumente a exposição ao varejo em momentos de expectativa de melhora econômica e reduza em períodos de contração.

O setor de varejo brasileiro oferece oportunidades para investidores em 2025, especialmente para aqueles que souberem selecionar empresas com fundamentos sólidos e posicionamento estratégico adequado. As companhias destacadas neste artigo – Lojas Renner, Vivara e Grupo Mateus – representam diferentes perfis de investimento dentro do setor, permitindo aos investidores construírem uma exposição diversificada.

O sucesso no investimento em ações de varejo depende de uma análise criteriosa dos fundamentos, compreensão dos riscos envolvidos e implementação de estratégias adequadas de diversificação. Utilize as ferramentas disponíveis, como o Filtro de Ações do Investing.com, para identificar oportunidades alinhadas ao seu perfil de investimento.

Lembre-se de que o investimento em ações envolve riscos e é importante consultar um profissional qualificado antes de tomar decisões de investimento. O varejo brasileiro tem potencial de crescimento, mas requer paciência e disciplina para capturar os melhores resultados no longo prazo.