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Escassez de alimentos e combustíveis amplia problemas em RS alagado

Publicado 07.05.2024, 13:16
© Reuters. Alagamento em Porto Alegre provocado por chuva recorde no RS
05/05/2024
REUTERS/Renan Mattos

Por Débora Ely

PORTO ALEGRE, 7 Mai (Reuters) - Moradores de Porto Alegre e municípios vizinhos enfrentam escassez de produtos nas prateleiras dos supermercados e de gasolina nos postos de combustíveis, além de desabastecimento de água e energia elétrica, devido à chuva histórica que inundou o Rio Grande do Sul.

A Reuters percorreu, na noite de segunda-feira, postos de combustíveis e supermercados da capital gaúcha, encontrando prateleiras vazias e algumas bombas fechadas.

Nos supermercados, o principal item em escassez é a água mineral, e há fracionamento de compra por cliente. A reportagem encontrou o produto em apenas uma das cinco unidades em que esteve -- o estabelecimento tinha somente uma carga de garrafas de 1,5 litro que havia sido descarregada há pouco e esgotou em menos de cinco minutos.

O Grupo Zaffari, a maior rede de supermercados do Estado, restringiu a venda a seis litros por cliente e informou que “algumas lojas estão enfrentando interrupção de reposição de itens, em decorrência de obstrução logística ou por alta demanda de consumo”.

“Sobre a disponibilidade de água, a empresa já está racionando a venda de unidades por compra, porém a demanda é maior do que a disponibilidade do estoque, no momento”, afirmou, em nota.

Segundo a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), a venda de água disparou 12 vezes no Rio Grande do Sul -- os estoques para 25 dias em estabelecimentos de médio porte acabaram em dois dias.

“Comida não vai faltar, a questão é o aumento da demanda e a logística de acesso aos mercados. A reposição está muito lenta porque o trânsito está trancado e falta mão de obra”, afirmou à Reuters o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo.

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Fechada há quatro dias pela inundação, a Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa) retomará as atividades na quarta-feira em um endereço provisório, em uma distribuidora de uma rede de farmácias.

“Muitos produtores e atacadistas possuem estoques de até 90 dias. Isso significa que, mesmo diante de desafios climáticos, o fornecimento de alimentos está assegurado”, afirmou a Ceasa em comunicado.

Conforme entidades dos setores de supermercados e combustíveis, os desabastecimentos são pontuais e causados pelo aumento da demanda somado à dificuldade de acesso às cidades para reposição.

Com o alagamento de ruas e avenidas, os principais acessos à capital gaúcha estão bloqueados, e as únicas chegadas seguras são pela RS-040, por Viamão, e pela RS-118, por Alvorada. As duas rodovias têm registrado engarrafamentos constantes nos dois sentidos devido às enchentes, que já deixaram ao menos 90 mortos e 132 desaparecidos.

No domingo, um caminhão-tanque que saiu de Canoas levou 10 horas para chegar à capital, contou à Reuters o presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Estado (Sulpreto), João Carlos Dal’Aqua. Sem trânsito, não levaria mais do que uma hora.

Duas das cinco bases de distribuição próximas à Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, que atendem à maior parte do Estado, estão paralisadas pelos alagamentos. Nas demais unidades, o setor tem dificuldades no trabalho por causa da ausência de funcionários que tiveram suas casas invadidas pela enchente.

“Tem produto, mas o escoamento está sendo lento. Essa é a dificuldade e, por isso, alguns postos estão secando”, disse Dal’Aqua.

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O Sulpetro orientou que as revendas priorizem o abastecimento de veículos oficiais e recomendou que, para os consumidores em geral, limitem a venda a 20 litros. 

 

ÁGUA E LUZ

Na capital gaúcha, 170 mil pontos ainda estão às escuras e 85% dos bairros têm as torneiras secas. O prefeito da cidade, Sebastião Melo, decretou racionamento de água, limitando o uso apenas para consumo essencial.

“Eu apelo por racionamento. E aqueles que tiverem condições de sair da cidade, seja para um parente, para a praia, para outra localidade, é uma contribuição que vai estar dando para aqueles que aqui ficam e precisam do mínimo de abastecimento”, disse Melo, em entrevista coletiva.

A enchente comprometeu o sistema do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae). Na segunda-feira, somente uma das seis estações de tratamento de Porto Alegre assistia à cidade, e ainda parcialmente devido à turbidez da água -- quatro tiveram as casas de bombas alagadas pelas chuvas e uma foi desativada após o desligamento da rede elétrica. O funcionamento de uma unidade inundada foi retomado na manhã desta terça-feira.

Quem ainda tinha água nas torneiras dependia do volume armazenado em caixas d’água de prédios e casas. Com o desabastecimento, moradores compartilham nas redes sociais listas de fontes naturais na cidade, que registraram filas inclusive nas madrugadas.

“É a única opção que encontrei por perto”, afirmou Mairy Neto, de 31 anos, à Reuters. Ela esperou cinco horas até conseguir encher uma bombona de 20 litros em uma bica no bairro Auxiliadora.

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Moradores também fizeram fila para abastecer garrafas em caixas d’água doadas por voluntários. A prefeitura distribuiu 12 caminhões-pipa para o atendimento de hospitais e abrigos que recebem vítimas da enchente, e outros Estados, como Paraná e São Paulo, estão enviando mais veículos.

Já a interrupção no fornecimento de luz em Porto Alegre é causada, em 97% dos pontos, pelo desligamento da rede devido aos riscos de choque nas pessoas em contato com os alagamentos.

“Sobre a água, não temos controle total. Sobre a energia elétrica, nós temos. Então, temos que atuar”, afirmou Riberto Barbanera, diretor-presidente da CEEE-Equatorial RS, concessionária que atende a cidade.

Em todo o Rio Grande do Sul, há 451.114 pontos sem luz nas áreas da CEEE-Equatorial e RGE Sul e 649.132 clientes da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) sem água nesta terça-feira.

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