Um ETF (Exchange Traded Fund) é um tipo de fundo de investimento que replica o desempenho de um índice, de uma cesta de ativos ou de uma estratégia de investimento.
Seu grande diferencial é que suas cotas são negociadas em bolsas de valores como se fossem ações, podendo ser compradas ou vendidas a qualquer momento durante o pregão.
Em geral, os fundos listados em bolsa cobram uma taxa de administração anual sobre o valor investido e podem ter outras despesas, como impostos e custódia, o que pode influenciar no retorno final do investimento.
Neste artigo, você vai entender o que é um ETF, como ele funciona, quais são as vantagens e desvantagens de investir em um ETF e muito mais!
O que significa ETF e como funciona?
ETF é a sigla em inglês para Exchange Traded Fund, que significa “fundo negociado em bolsa de valores”, e seu objetivo é replicar a performance de um índice, de uma cesta de ativos ou de uma estratégia específica de investimento.
Dessa forma, ao investir em um ETF, o retorno do seu investimento está atrelado ao desempenho do conjunto de instrumentos financeiros que compõem sua carteira.
Em outras palavras, com um único investimento, você está na prática tendo exposição a uma série de ativos que seguem as regras e estratégias de aplicação do fundo.
Vamos dar um exemplo. Considere que você esteja interessado em investir nas empresas que compõem o S&P 500 dos EUA. Ao invés de comprar cada ação individual desse índice e fazer o rebalanceamento periódico da carteira – o que geraria custos enormes – você pode simplesmente investir em um ETF que replica o S&P 500, como o SPDR S&P 500 ETF Trust (SPY) ou o iShares S&P 500 FIC de Fundo de Índice (IVVB11), e os gestores do fundo serão responsáveis por realizar esse trabalho para você.
O mesmo acontece com ETFs de renda fixa que replicam a performance de índices e carteiras de títulos públicos ou privados, permitindo que o investidor se proteja contra as oscilações das taxas de juros.
Para quem deseja ter exposição ao mercado de câmbio, é possível investir em ETFs cambiais, que buscam gerar retornos aos cotistas com a arbitragem de moedas estrangeiras.
Como investir em ETF?
Para investir em um ETF, basta abrir uma conta em uma corretora de valores e acessar o home broker ou uma das plataformas de investimento oferecidas. Assim, você mesmo poderá enviar ordens de compra e venda com apenas um clique.
Para ter acesso a esse tipo de investimento, talvez seja necessário que você preencha um formulário de “suitability”, que é uma avaliação que as corretoras e as gestoras de fundos fazem para conhecer o seu perfil de investidor, os seus objetivos, o seu conhecimento do mercado e a sua tolerância ao risco.
Esse formulário serve para verificar se o ETF é adequado para as suas características e expectativas e evitar que você invista em um produto que não seja compatível com as suas necessidades.
Além disso, é necessário ter saldo disponível na conta para realizar as operações. Para isso, basta fazer um Pix ou transferência bancária para a sua conta na corretora.
Como comprar ETF
No home broker ou plataforma de investimento fornecida pela corretora, você deve informar o código do ETF que deseja comprar e a quantidade de cotas ao preço de mercado.
Também é possível enviar uma ordem de compra em determinado preço acima ou abaixo do preço de mercado, chamada “ordem limitada”, mas é preciso conferir se a corretora oferece esse recurso.
O código do ETF é formado por quatro letras e um número, por exemplo: BOVA11, IVVB11, SMAL11, etc.
No site do Investing.com, você tem acesso a uma lista completa dos ETFs listados na B3 e em várias outras bolsas de valores pelo mundo.
Como analisar ETFs
Para analisar um ETF, você deve verificar qual é o índice, a cesta de ativos ou a estratégia de investimento que ele replica para poder ver se está em linha com o seu perfil e com os seus objetivos.
Você também deve comparar a rentabilidade histórica do ETF com o seu benchmark (o índice ou ativo de referência), e observar se ele apresenta uma boa aderência (tracking error) e liquidez (volume de negociação).
Além disso, antes de investir em um ETF, é importante ter atenção com os seguintes pontos:
Custos
Os fundos negociados em bolsa têm uma taxa de administração, que é cobrada anualmente sobre o valor investido, e pode variar de acordo com o tipo e o gestor do fundo. Além disso, os ETFs estão sujeitos a impostos e taxas de corretagem, que são cobrados na hora da compra e da venda das cotas. Esses custos podem reduzir a rentabilidade do investimento e devem ser considerados na hora da escolha do fundo.
Gestor
Você também deve conferir que tipo de gestão o ETF possui, isto é, se a sua gestão é passiva, simplesmente replicando uma determinada carteira ou cesta de ativos, ou se a sua gestão é ativa e pode variar de acordo com determinada estratégia de investimento.
A maioria dos ETFs têm uma gestão passiva, mas isso não significa que o gestor não tenha um papel importante na administração do fundo, pois é responsável por manter a carteira alinhada com o seu benchmark, evitando desvios que possam prejudicar o resultado do investimento.
Liquidez
A liquidez é a facilidade com que você pode comprar e vender as cotas do ETF no mercado. Os fundos de alta liquidez permitem que o investidor entre e saia das posições com rapidez e sem perder muito dinheiro com o spread, isto é, a diferença entre o preço de compra e de venda.
Evite ETFs com baixa liquidez, pois, além de serem mais suscetíveis a grandes oscilações de preço, podem fazer com que você perca dinheiro na hora de vender as cotas no mercado por falta de compradores em vários níveis de preço.
A liquidez de um ETF depende de vários fatores, como o volume de negociação, o tamanho do fundo, o tipo de ativo que ele replica e a demanda dos investidores.
É possível verificar a liquidez de um ETF pelo seu histórico de negociação na bolsa ou pelo seu indicador financeiro.
Risco
O risco de um ETF está relacionado ao próprio risco do índice ou ativo que ele replica, caso tenha gestão passiva. Por exemplo, um ETF que segue o Ibovespa está sujeito às oscilações do mercado acionário brasileiro, que pode ser afetado por fatores políticos, econômicos e sociais. Um ETF que segue o S&P 500 está sujeito às oscilações do mercado acionário americano, que pode ser afetado por fatores globais, como guerras, crises e pandemias.
Além disso, há o risco cambial, que é a variação da moeda estrangeira em relação ao real. Um ETF que replica um ativo em dólar pode ter seu valor alterado pela flutuação da taxa de câmbio.
Por isso, é importante conhecer o risco do índice ou ativo que o ETF segue e avaliar se ele está de acordo com o seu perfil e objetivos de investimento.
Como ganhar dinheiro com ETF
A melhor forma de ganhar dinheiro com ETFs é através dos dividendos que ele paga e da valorização das suas cotas. Os fundos imobiliários, por exemplo, são bastante utilizados pelos investidores para ter uma segunda fonte de renda mensal com os aluguéis das propriedades que estão no portfólio do fundo.
Alguns ETFs de índice não fazem a distribuição dos dividendos para os cotistas. Em vez disso, eles reinvestem os dividendos recebidos das ações que compõem o índice, aumentando o patrimônio do fundo e, consequentemente, o valor das cotas. Essa estratégia busca aproveitar o efeito dos juros compostos e maximizar o retorno do investimento no longo prazo.
ETF paga dividendos?
Sim, alguns ETFs pagam dividendos ou juros sobre capital próprio aos seus cotistas. Esses rendimentos são provenientes dos ativos que compõem o ETF e são repassados pelo administrador do fundo.
Os dividendos ou juros sobre capital próprio são isentos de imposto de renda para pessoas físicas, mas podem estar sujeitos a impostos no exterior, caso o ETF invista em ativos estrangeiros.
Tipos de ETF no Brasil
No Brasil, existem diversos tipos de ETFs, que podem ser classificados de acordo com o tipo de ativo que eles replicam. Alguns exemplos são:
- ETFs de renda variável: replicam índices ou carteiras de ações nacionais ou internacionais, como o Ibovespa, o S&P 500, o Nasdaq 100, etc.
- ETFs de renda fixa: replicam índices ou carteiras de títulos públicos ou privados, como o Tesouro Selic, o Tesouro IPCA+, o CDI, etc.
- Fundos imobiliários: investem em uma variedade de propriedades, de acordo com a estratégia de cada gestor, como lajes corporativas, galpões logísticos, hospitais, shopping centers, data centers, entre outros.
- ETFs cambiais: buscam gerar retornos com a variação cambial de uma moeda estrangeira em relação ao real, como o dólar, o euro, a libra esterlina, etc.
- ETFs multimercados: seguem estratégias de investimento que envolvem diferentes tipos de ativos e mercados, como fundos de hedge, fundos “long and short”, fundos macro, etc.
- ETFs temáticos: replicam índices ou carteiras de ativos relacionados a um tema específico, como tecnologia, sustentabilidade, saúde, consumo, etc.
Como declarar ETF no imposto de renda
Para declarar um ETF no imposto de renda, você deve seguir os seguintes passos:
- Baixe o programa gerador da declaração no site da Receita Federal e instale no seu computador.
- Abra o programa e preencha os seus dados pessoais e as informações gerais da sua declaração.
- Acesse a ficha de “Bens e Direitos” e selecione o grupo “07 – Fundos” e depois o código “09 – Demais Fundos de Índice de Mercado (ETFs)”.
- Clique em “Novo” e preencha os campos solicitados, como o CNPJ da corretora ou instituição financeira que intermediou a operação, a discriminação do ETF (nome, código e quantidade de cotas), a situação no período de apuração.
- Repita o procedimento se você investiu em outros ETFs durante o período de apuração.
- Acesse a ficha de “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis” e selecione o código “26 – Outros”. Informe o valor dos dividendos ou juros sobre capital próprio recebidos dos ETFs no ano de apuração, se houver. Esses rendimentos são isentos de imposto de renda para pessoas físicas.
- Acesse a ficha de “Ganhos de Capital” e selecione a opção “Fundos de Investimento Imobiliário”. Informe o valor da venda, o custo de aquisição, as despesas com corretagem e emolumentos, e o imposto pago de cada ETF vendido no ano de apuração, se houver. O imposto é de 15% para ETFs de renda variável e cambiais, e segue a tabela regressiva para ETFs de renda fixa (22,5% a 15%, dependendo do prazo). Você deve recolher o imposto até o último dia útil do mês seguinte ao da venda, utilizando o DARF com o código 6015 para ETFs de renda variável e cambiais, e o código 4600 para ETFs de renda fixa.
- Revise os dados informados e verifique se há alguma pendência ou inconsistência na sua declaração. Se estiver tudo certo, transmita a sua declaração pela internet até o prazo definido pela Receita.
Os ETFs são uma excelente forma de diversificar a carteira com um único investimento, ao permitir que você tenha acesso a diferentes classes de ativos e mercados, com gestão profissional, transparência e baixo custo. Se você gostou deste conteúdo, não deixe de compartilhá-lo em suas redes sociais!