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O Morgan Stanley Colocou Lenha na Fogueira Sem Querer no Mercado de Petróleo?

Publicado 06.05.2020, 08:16
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“Colocar lenha na fogueira”. Todo mundo já ouviu essa frase e a usa de vez em quando. O Morgan Stanley, uma das vozes mais influentes de Wall Street no setor de energia, provavelmente lhe deu um significado maior do que pretendia nesta semana.

Na esteira do rali de quatro dias que já fez os preços do petróleo norte-americano subir 65%, o Morgan Stanley (NYSE:MS) emitiu uma nota na terça-feira com as seguintes palavras:

“Tudo leva a crer que a grande disparidade entre oferta e demanda já ficou para trás."

Isso era tudo o que os investidores do petróleo queriam ouvir para promover uma recuperação em “V”, desde a épica queda do West Texas Intermediate abaixo de zero há duas semanas.

No fechamento de terça-feira, o WTI negociado em Nova York subiu mais 20%, chegando perto da máxima de um mês a US$ 25,73 nas negociações após o horário regular de pregão. .

Crude Oil WTI Futures Daily Chart

Já o Brent, referência mundial do petróleo, avançou 14% ontem e 55% desde 27 de abril em um rali ininterrupto de seis dias. O Brent atingiu US$ 32,18 após o fechamento, um pico desde 14 de abril.

Brent Futures Daily Chart

O mais importante é que o contango, ou diferença negativa, no contrato futuro com vencimento mais próximo do WTI e do Brent foi significativamente menor do que em seus contratos subsequentes, fazendo com que o risco de deter o petróleo no curto prazo não fosse tão alto quanto há algumas semanas, quando os investidores estavam praticamente fugindo do mercado ou comprando apenas contratos com datas mais apartadas para armazenar o óleo e entregá-lo mais tarde. O contango do contrato mais líquido do WTI era de apenas US$ 2 na terça-feira; há duas semanas, era 10 vezes maior.

O momento certo é a chave do negócio

Por que a nota do Morgan Stanley sobre o petróleo chamou tanta atenção? Bem, como se diz por aí, “o momento certo é a chave do negócio”.

A mensagem da firma de Wall Street sobre a mudança positiva na dinâmica de oferta e demanda no petróleo ocorreu um dia após os dados sugerirem que os estoques do petróleo norte-americano não estavam se acumulando de forma tão intensa como nas duas semanas anteriores e que o espaço de armazenagem da commodity não se esgotaria tão cedo.

A teoria sobre a melhora nos fundamentos do WTI começou a ganhar força desde que foram divulgadas novas estimativas na segunda-feira sobre os estoques petrolíferos em Cushing, Oklahoma. O centro serve de ponto de entrega de barris físicos atrelados a contratos futuros do petróleo norte-americano que estão expirando.

O Genscape, serviço de inteligência em energia reconhecido por rastrear as estimativas de Cushing, declarou, na segunda-feira, que os estoques no centro de distribuição tiveram um aumento de 1,8 milhão de barris na semana encerrada em 1 de maio. Trata-se de uma constatação bastante significativa, na medida em que os estoques em Cushing vinham apresentando um acúmulo semanal médio de 5 milhões de barris nas quatro semanas anteriores.

Foi o temor de que não houvesse mais espaço em Cushing para armazenar o petróleo atrelado aos contratos futuros com expiração em maio há duas semanas que fez os preços do óleo americano atingirem valores negativos pela primeira vez em 37 anos. De acordo com a Administração de Informações Energéticas dos EUA (EIA, na sigla em inglês), Cushing tem capacidade para 76 milhões de barris e, até a semana encerrada em 24 de abril, já havia atingido a marca de 63,4 milhões de barris armazenados.

Em razão da destruição de demanda petrolífera provocada pela Covid-19 nos dois últimos meses e do cenário não menos aterrador de esgotamento da capacidade mundial de armazenagem do Brent, os operadores passaram a considerar o pior: que Cushing atingiria sua capacidade máxima antes do fim deste mês, e o petróleo norte-americano extraído depois disso não teria onde ser armazenado.

O jogo mudou no petróleo? Ou foi apenas uma “bola de neve”?

A memória de quem teve que pagar para as pessoas pegarem os barris físicos de WTI durante a expiração do contrato do mês passado está bastante viva na mente de muitos, que também esperavam um cenário similar de preços abaixo de zero na rolagem do contrato deste mês. É por isso que a estimativa de Genscape sobre Cushing indicou uma possível mudança de jogo no WTI.

Além das estimativas sobre o centro de distribuição, outra coisa também mudou nesta semana: a maioria dos 50 estados americanos reabriu até certo grau a economia, após os confinamentos impostos pela Covid-19 desde meados de março.

Isso significa que a demanda por gasolina e diesel – e eventualmente por combustível de aviação – crescerá daqui para frente.

Sem dúvida, o Morgan Stanley não foi o único a pregar a melhora nos fundamentos do petróleo.

O Goldman Sachs, outro nome de Wall Street reconhecido mundialmente por seus vaticínios geralmente certeiros nos mercados de energia e commodities, declarou na sexta-feira que o petróleo estava prestes a engrenar “um rali de preços em três estágios”, com um repique de alívio, seguido de um aperto cíclico e finalmente uma reprecificação estrutural.

Com a melhora nos níveis de estoque, em conjunto com duas previsões positivas de Wall Street, o resultado não poderia ser diferente: um efeito “bola de neve”, foi isso o que aconteceu.

Mas a história não termina aí

Como ocorre com todas as histórias altistas, sempre há o outro lado a ser levado em conta. E ele começa com as mesmas previsões de Wall Street que provocaram o rali desta semana.

Aparentemente, os operadores só levaram em consideração uma parte da história apresentada pelo Morgan Stanley. Embora a empresa de fato tenha sinalizado uma virada em sua perspectiva no petróleo, ela deixou claro que o caminho pela frente não seria nada fácil.

Entre seus sinais de alerta no petróleo estão:

  • O rebalanceamento provavelmente perdurará e não estará isento de contratempos;
  • As commodities não são como as ações, que podem passar por um período de fraqueza momentâneo. Ao contrário, precisa haver um equilíbrio diário entre oferta e demanda nas commodities, já que nada apaga um excesso de oferta;
  • O mercado de petróleo continuará sobreabastecido, e o acúmulo de estoques não deve parar.

 O Goldman Sachs também manteve a cautela em sua nota de sexta-fera, dizendo:

“Além desse rali de alívio, alertamos que o mercado de alta que prevemos no petróleo levará tempo e exigirá paciência."

“O petróleo continua sendo um ativo físico e, portanto, precisará de uma limpeza no considerável excesso de estoque ao longo do segundo semestre de 2020, o que fará com que a commodity fique para trás no rali de ativos financeiros como as ações”, declarou a principal voz de Wall Street no setor de energia.

Quer dizer então que o petróleo está disparando rápido demais?

Além dessas palavras de contenção, uma perspectiva geral sobre os estoques divulgada pelo Instituto do Petróleo Americano (API, na sigla em inglês) após o fechamento do mercado na terça-feira sugeriu que os estoques em Cushing haviam subido 2,7 milhões de barris na semana passada, e não 1,8 milhão como o Genscape havia estimado.

O instituto registrou um número menor para o acúmulo de estoques petrolíferos na semana passada, a 8,4 milhões, contra 9 milhões oficialmente reportados na semana anterior pela EIA.

Para os estoques de gasolina, o API afirmou que houve um declínio de 2,2 milhões de barris, ao passo que os estoques de destilados, que são refinados para a produção de diesel e óleo de aquecimento, apresentaram um acúmulo de 6,1 milhões. A EIA havia registrado uma retirada de 3,7 milhões de barris nos estoques de gasolina e um aumento de 5 milhões de barris em destilados na semana anterior.

A EIA divulgará seus últimos números de estoque hoje, mostrando se os dados do API são de fato precisos.

Se os dados oficiais acabarem sendo mais baixistas do que o mercado esperava, teremos um clássico caso de investidores se antecipando às expectativas, segundo analistas.

“O mercado [de petróleo] ainda está vulnerável”, afirmou Per Magnus Nysveen, diretor de análise da Rystad Energy.

“Os problemas existentes não se resolveram como num passe de mágica. A restrição de estoque ainda está aí... Continuamos bastante cautelosos no curto prazo, mas nossa visão é que veremos uma recuperação dos preços no longo prazo.”

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