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Netflix: Riscos Cada Vez Maiores Podem Fazer a Ação Entrar em Tendência de Baixa?

Publicado 10.07.2019, 11:41
Atualizado 02.09.2020, 03:05
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A gigante de streaming de vídeos, Netflix Inc. (NASDAQ:NFLX), tem tido um ano inusitadamente monótono. Suas ações não fizeram nada por seus investidores nos últimos 12 meses, gerando preocupações de que a melhor fase do atual ciclo de crescimento da produtora de algumas das séries mais populares já pode ter passado.

Negociados a US$ 380,55 no fechamento de sexta-feira, os papéis da Netflix se desvalorizaram mais de 9% nos últimos 12 meses, depois de atingirem a máxima histórica de US$ 423,19 em junho de 2018. Na última década, a empresa, que evoluiu de um negócio de aluguel de vídeos, trouxe resultados incríveis para os investidores. Suas ações dispararam cerca de 6.000% ao longo de 10 anos.

Gráfico Netflix

É comum que empresas de tecnologia que voavam alto percam vigor e parem de apresentar o nível de crescimento que os mercados já haviam precificado, o que geralmente resulta em breves períodos de baixa. Para a Netflix, no entanto, a atual fraqueza é mais pronunciada em razão da rápida mudança do panorama competitivo. Saiba quais são as três maiores ameaças que, em nossa visão, estão mantendo as ações da Netflix sob pressão:

1. A concorrência está aumentando

A concorrência da Netflix sem dúvida está aumentando, e a companhia já começou a sentir as consequências. O maior desafio, em nossa visão, virá da gigante mundial de entretenimento Walt Disney Company (NYSE:DIS), que está construindo um fundo de guerra e se armando para enfrentar seus rivais no mercado de streaming de vídeo, após uma persistente tendência de queda nos negócios de TV a cabo.

A Disney anunciou, em abril, que irá rivalizar com a Netflix lançando o aplicativo Disney+ nos EUA, em 12 de novembro. Seu custo será de US$ 6,99 por mês, ou seja, metade do preço cobrado pela Netflix. Ele oferecerá a programação das maiores franquias da Disney, como Star Wars e Marvel Studios, além de novos programas originais. A previsão é que o serviço tenha entre 60 e 90 milhões de assinantes até o fim do ano fiscal de 2024.

A Disney declarou, neste ano, que renunciará a cerca de US$ 150 milhões em receita operacional depois de cortar o licenciamento a serviços concorrentes, como a Netflix. A superprodução “Capitão Marvel” será o primeiro filme da Disney em anos a não aparecer na Netflix.

Na semana passada, a NBCUniversal anunciou seus planos de retirar a série popular “The Office” da Netflix e começará a veiculá-la em sua própria plataforma on-line a partir de 2021. “The Office” é a produção mais vista na Netflix, responsável por mais de 52 bilhões de minutos de visualização no ano passado, de acordo com a NBCUniversal, uma unidade da Comcast Corp (NASDAQ:CMCSA).

A Apple Inc. (NASDAQ:AAPL) e a Amazon (NASDAQ:AMZN) também têm grandes planos de garantir uma grande fatia na área cada vez mais concorrida de streaming. Em março, a Apple revelou o lançamento de um serviço de conteúdo original chamado Apple TV+, um aplicativo de TV remodelado, bem como o serviço de canais Apple TV em parceria com fornecedores externos, como HBO, Showtime e Starz.

2. Queima de caixa cada vez maior

Toda essa nova concorrência obrigará a Netflix a gastar mais para criar uma programação original, comercializar esse conteúdo de forma mais agressiva e continuar atraindo novos assinantes que, em breve, serão bombardeados por novas ofertas e atrações.

No ano passado, a Netflix gastou mais de US$ 12 bilhões para comprar, licenciar e produzir conteúdo. Neste ano, a expectativa que esse número suba para US$ 15 bilhões, enquanto a companhia aloca mais US$ 2,9 bilhões em marketing. Esses custos surgem no momento em que a Netflix deve registrar US$ 20,2 bilhões em receita em 2019, de acordo com analistas entrevistados pela Refinitiv.

Desde meados de 2014, a Netflix tem apresentado fluxo de caixa negativo, uma preocupação constante para quem está pessimista com a ação e acredita que a empresa não está nem perto de atingir um fluxo de caixa positivo, realidade esta que, em breve, também começará a perseguir os touros.

“Concorrentes com muito caixa disponível devem contratar os mesmos produtores e criar conteúdos cativantes. Por isso, não têm a mesma vantagem competitiva da Amazon nem do Google (NASDAQ:GOOGL)”, declarou Andrew Left durante um programa da CNBC. Left ganhou fama por apostar contra ações como Valeant Pharmaceuticals (NYSE:BHC).

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3. Crescimento apático em mercados domésticos

Outro grande desafio para o serviço de streaming é impulsionar o crescimento diante da impaciência dos investidores que querem ver lucratividade.

Depois de elevar os preços em seus maiores territórios neste ano, a Netflix prevê adicionar apenas 5 milhões de novos clientes no segundo trimestre encerrado em 30 de junho, bem abaixo das previsões de Wall Street, de 6,09 milhões. A companhia atribuiu essa desaceleração em parte às suas ofertas mais caras.

Embora as elevações de preço devam ajudar a melhorar os resultados da Netflix, elas ocorrem em um momento em que os concorrentes de streaming se preparam para deixar o mercado mais concorrido. Mas, e se o crescimento do número de assinantes em seu mercado mais lucrativo, a América do Norte, continuar desacelerando e a companhia seguir gastando mais a cada ano para cobrir o custo do seu sucesso? Os investidores achariam difícil ignorar uma combinação desse tipo, e o preço das ações da companhia poderiam, cedo ou tarde, refletir essa realidade.

Resumo

A jornada ascendente das ações da Netflix ocorreu em grande parte sem sobressaltos na última década. Mas, com o aumento da concorrência, custos crescentes e a saturação do mercado doméstico, será cada vez mais difícil para a gigante do streaming repetir esse desempenho. O balanço trimestral da companhia, cuja divulgação está marcada para 17 de julho, nos dará uma ideia melhor desses riscos potenciais.

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