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O Imaginário Provoca Reações que a Realidade Não Sugere Imediatas

Publicado 26.01.2015, 07:01

Parece haver dificuldade ou mesmo conveniência do mercado financeiro em fazer uma leitura mais rigorosa sob o “status quo” da economia brasileira, bastando-se satisfeito com a interessante elevação da taxa SELIC para seus negócios e sua tendência de novas altas, e uma sequência de medidas anunciadas na direção correta, mas que ainda são carentes de concretização efetiva e que certamente encontrarão posicionamentos opostos da própria população e, também politicamente, até a partir da própria base de apoio do governo.

Do estado de deterioração à redenção do quadro econômico há um longo e desafiador percurso a ser percorrido, que não é pequeno. Declarações de propósitos por parte do governo são positivas, mas o crédito que está sendo é muito imediatista quando tudo sugere que seja mais moderado para que não ocorram críticas por impaciência.

Há muito foco no cenário externo e quase uma omissão nas considerações mais relevantes em relação ao cenário interno, onde efetivamente precisará ocorrer uma ampla reviravolta na gestão e ser alcançados resultados que possam validar o sentimento de que o país está voltando a trilhar os caminhos que poderão restabelecer-lhe credibilidade a partir de seu reordenamento e crescimento.

Não bastam propósitos e boas intenções, todos sabem que o governo precisa desenvolver seus novos planos com “mão de ferro”, contudo ao mesmo tempo precisa estimular o setor produtivo ao investimento e neste quesito parece haver resistências e pouca disposição, ao mesmo tempo em que o país não desperta atratividade perante a elite global.

O Brasil poderá ser beneficiado com fluxos de recursos especulativos, grande parte forjada em operações de “carry trade”, como consequência do “QE” definido pelo BCE?

Sim, mas precisamos entender que o Brasil, praticante da maior taxa de juro do mundo, não é mais a “estrela da cia”, podendo ser preterido com a escolha de outras economias emergentes ou pelos T-Bills do Tesouro americano. É importante observar que os europeus são mais conservadores e a tendência poderá ser o direcionamento dos recursos aos T-Bills e ocorrer uma valorização da moeda americana.

A reação que se observou no comportamento de apreciação da moeda nacional foi como se estivesse repercutindo uma realidade concreta e não simplesmente uma possibilidade atualmente um tanto remota.

As medidas corretivas que vem sendo propagadas pelo governo são onerosas aos investidores e terão impactos inflacionários na economia brasileira e, seguramente, fortalecerão a retração dos investimentos nacionais e estrangeiros.

O Brasil tende a cada vez mais ser um país caro, agravado agora com mais inflação, juros mais elevados, perspectivas de crescimento imediato próximo a zero, propensão à ocorrência de recessão, desemprego e queda do consumo consequente da redução da renda.

Nem de longe sugere ter sua moeda apreciada frente a moeda americana.

O ano de 2014 deixou sinalizações consistentes de que o setor externo em 2015 será muito pior e um obstáculo enorme às pretensões governamentais. Em 2014 o Brasil fechou a balança comercial com saldo negativo, o mesmo ocorrendo com o fluxo cambial, com IED´s insuficientes para financiar o déficit em transações correntes.

Não se esperam números melhores em 2015, muito pelo contrário, mas o país precisa buscar reverter o crescimento ano a ano do déficit em transações correntes, e, isto passa pela prevalência em nosso mercado da moeda americana com seu preço ajustado à sua realidade. Em 2014 o déficit em transações correntes atingiu exuberante saldo de US$ 91,0 Bi enquanto os IED´s registraram tão somente US$ 62,5 Bi.

Não se espera recuperação no fluxo de IED´s, havendo a convicção de que devem revelar retração neste 2015.

Ingressos na forma de empréstimos ou de empréstimos entre companhias registrados como IED´s também tendem a não expansão, pois atingiram montantes elevadíssimos que vem sendo fortemente considerados pelos analistas como algo preocupante.

Na mesma linha não se espera recuperação da balança comercial, já que é altamente dependente das exportações de commodities e os preços destas têm viés fortemente cadente.

Se no ambiente interno o desafio é enorme, o setor externo, como vimos destacando desde o ano passado, poderá ser fator desalentador ainda não considerado com o seu devido peso.

Por isso, temos, desde alguns meses atrás, afirmado que o preço da moeda americana deverá ser fortemente apreciado no nosso mercado, primeiro porque será irreversível como tendência fundamentada na inquestionável fragilidade do Brasil no cenário global, segundo porque somente com a moeda nacional no seu preço justo será possível vislumbrar perspectiva de atenuar a expansão do déficit em transações correntes, e, por fim, para que recomponha a competitividade dos produtos manufaturados brasileiros no mercado interno, opondo-se aos importados, e externos incrementando as exportações.

O quadro de deterioração da economia brasileira não sugere euforismos imediatos aos propósitos governamentais, merecendo isto sim observação quanto a implantação e viabilização, visto que nem tudo deverá transcorrer sem ríspida oposição da própria base do governo.

E agora para piorar, o país vê se concretizar ameaça consistente de falta de água e de energia, o que pode afastar ainda mais os investidores.

A depreciação emocional e sem fundamentos concretos da moeda americana no nosso mercado é absolutamente insustentável, em nada contribui visto que a volatilidade no preço é um fator extremamente negativo.

A tendência do preço da moeda americana no nosso mercado, a despeito de espasmos como o que está sendo evidenciado, continua consistentemente de alta.

O Brasil ainda nem bem saiu do desalentador fiasco da seleção de futebol na recente Copa do Mundo, onde colheu forte decepção que culminou com a humilhante derrota para Alemanha, mostrando que havia erros de avaliação grotescos no imaginário brasileiro, e, parece que de nada valeu para aprendizagem.

O Brasil do futebol guardava em si amplo desgaste interno e externo, os anos dourados haviam ficado no passado, e assim, convocou os melhores gestores acreditados e disponíveis à época e compôs um time de personagens tido como competentes, mas que ao final sucumbiu por não ter tornado o Brasil uma equipe com conjunto na prática, tendo mesmo avaliado mal os opositores.

Houve grande euforismo à época e muita certeza de que seria o vencedor, ensejando grande alarido propagando o “já ganhou” subestimando a lógica de que é no campo que se ganha o jogo.

O Brasil econômico que atingiu o seu pior momento com ampla deterioração dos seus indicadores, tem muita similaridade com o contexto que envolveu o Brasil do futebol, perdeu o “charme” e interesse do mercado financeiro global que hoje o vê em situação desalentadora e, portanto, pouco atraente e até mesmo como um risco agravado.

O Brasil econômico tem situações negativas extremamente difusas e precisa fazer certo tudo aquilo que fez de errado ao longo da última década, portanto tudo é incerto pois não bastam boas intenções, precisarão ser tomadas medidas extremamente amargas com grande impacto na população.

A questão é até que ponto a população suportará os efeitos nefastos da reconstrução do Brasil economicamente forte, que poderá levar a parcela mais beneficiada na última década a perda de suas conquistas, mesmo que ocorra de forma sutil indiretamente.

O Brasil econômico convocou uma equipe gestora renomada e merecedora de confiança, tal qual fez o Brasil do futebol, e sinaliza que adotará medidas corretivas de forte impacto, mas a questão central é até onde um governo populista suportará e apoiará medidas antipopulares com repercussões imediatas sobre a renda, em especial, dos mais pobres.

A mudança de tática no Brasil econômico terá certamente oposição forte a partir da própria base do partido que está no governo e o sentimento de desaprovação tende a contaminar grande parte da sociedade.

A nova equipe gestora da economia começou bem e demonstrando determinação, mas na contraponta será inevitável se admitir que o país poderá entrar em recessão e não somente no 1º trimestre como dito pelo Ministro Joaquim Levy, mas sim no ano.

Inevitavelmente, o ajuste dos preços relativos provocará intenso efeito provocando elevação generalizada de preços, corroendo em contrapartida a renda dos trabalhadores e propagando o desemprego, que já é relevante e causador da inadimplência atual.

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