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Pior do que a Pior Estimativa

Publicado 08.05.2015, 20:50
AAPL
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De volta à sobriedade

Os investidores comemoram ao redor do mundo.

O mercado de trabalho do tio Sam adicionou 223 mil vagas em abril, perto das projeções, e a taxa de desemprego do país caiu de 5,5% para 5,4%.

Ufa! Depois do susto do PIB americano, veio o alívio do mercado de trabalho.

Mas pera lá...

Notícia boa para a economia não era notícia ruim para os mercados, pois indicaria subida dos juros e fim da farra de liquidez?

Era.

Se o susto do PIB americano serviu para algo, foi para mostrar que, com a economia americana encurralada, notícia ruim é de fato ruim.

Demorou, mas perceberam que caso os EUA entrem em recessão, qual alternativa teriam para estimular a economia, com juros já zerados e programas de injeção de liquidez com retornos marginais decrescentes?

E conseguiram desenvolver um discurso preciso, moldado ao viés de confirmação típico dos bull markets: a economia se recupera depois do péssimo primeiro trimestre, mas não o suficiente para forçar a subida de juros. É o mundo perfeito!

Ademais, os dados anteriores de geração de postos de trabalho foram revisados para baixo e os ganhos por hora cresceram abaixo das estimativas. Então, dá-lhe dinheiro barato no povo por mais tempo. Um brinde ao after-hours da farra de liquidez.

Siga a dívida!

Enquanto divertem-se com dinheiro, Bourbon e outros hidropônicos mais alucinógenos para os valuations, vale a pena recorrer a alguns números.

Segundo levantamento do banco SG, citado pelo Wall Street Journal, desde março de 2009, o caixa de companhias americanas cresceu em torno de US$ 570 bilhões, enquanto o endividamento das mesmas subiu US$ 1,6 trilhão.

No último ano, a dívida líquida (bruta descontado o caixa) das empresas dos EUA cresceu 20%, ao passo que os fluxos de caixa brutos evoluíram em ritmo mais modesto, de 4%.

De acordo com o BC americano, o endividamento das empresas em relação ao seu patrimônio líquido está próximo de 40% contra patamar de 34% pré-crise de 2008.

Se retirarmos alguns outliers da estatística, como a Apple (que possui quase US$ 140 bilhões de caixa sem dívida), a coisa fica mais séria.


Pra onde vai esse dinheiro todo?

Veja bem, foram cerca de US$ 12 trilhões injetados pelos Bancos Centrais nas economias na esfera dos programas de estímulos desde o estouro da crise.

O levantamento acima mostra, grosso modo, que o excesso de liquidez acompanha endividamento das companhias e

Mais interessante, que com o acesso a dinheiro fácil e barato, mas a economia em compasso de ajuste, boa parte desses empréstimos está alimentando bônus de executivos, resultados financeiros (e não operacionais) melhores e uma série de programas de recompras de ações pelas empresas - o que cria alimenta o fluxo comprador pelas ações, estimulando o crescimento de seu valor de mercado.

O ponto perfeito

Federal Reserve encontrou, assim, um plano de plena acomodação.

É mais ou menos esse o ponto propagandeado pelo Bacen brasileiro, o “vigilante”, para quem a inflação e a economia estão dando resposta, mas ainda não o suficiente para convergência às metas, portanto, mantém a política combativa e a tendência de alta dos juros.

A economia americana está recuperando, mas em ritmo lento, não suficiente para elevar os juros e inverter por completo a mão nos estímulos... E por enquanto empurramos com a barriga, deixa como está.

E assim caminha a humanidade, rigorosamente em direção à tese de que o mundo virará o Japão. O outro lado do Japão, de décadas perdidas e estagnação combinada a deflação.

Ocultação de cadáver

GM: “Acho uma temeridade divulgar esse número. Vai afetar o nosso rating, custo financeiro, a solidez da empresa por algo que não temos certeza”.
GF: “E se a CVM me pergunta sobre esses números? Se existe, porque não divulgar?”

O diálogo acima, entre Guido Mantega e Graça Foster, foi obtido pela Folha de S. Paulo a partir da gravação da reunião do conselho de Administração da Petrobras.

A auditora Delloite e o banco BNP haviam calculado as baixas contábeis da estatal em R$ 88,6 bilhões.

Mantega não queria divulgar. Graça argumentava que “mais de cem pessoas tiveram acesso”, o número fatalmente vazaria.

O número saiu.

Graça ganhou?

Saiu depois que o representante dos minoritários, Mauro Cunha, ameaçou protocolar a questão na CVM: “Se não divulgarmos os dados, estaremos mentindo”.

Após o conflito, Graça foi retirada do comando da empresa.

Após Graça, Mantega saiu da presidência do Conselho.

Mauro cunha renunciou à sua cadeira no Conselho.

Quem ganhou?

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