No mercado financeiro quando um compra outro vende, assim neste nebuloso e especulado momento movido a influência de pesquisas eleitorais e de diagnósticos desfavoráveis a respeito do Brasil, pode estar a grande oportunidade para excelentes ganhos e expressivas perdas.
Momento puramente para profissionais e não devemos desconsiderar a hipótese que muitos podem perder nas apostas eleitorais, mas podem ganhar fortunas nos inúmeros segmentos do mercado financeiro.
Por isso costumamos afirmar que “no mercado de câmbio nem tudo é exatamente o que parece ser”, e isto, neste momento, vale também para a Bovespa.
Como destacamos ontem, a volatilidade do preço da moeda americana é muito acima do razoável.
Hoje quando quase todas as moedas consideradas frágeis e vulneráveis tiveram seus preços em linha de estabilidade ou discretamente apreciados, o real, mais uma vez, apresentou depreciação frente à moeda americana.
O dólar norte americano foi negociado em ampla baixa em relação às moedas consideradas fortes mundialmente, a despeito do baixo volume, já que os investidores trabalham com a possibilidade de que as economias europeias e asiáticas fragilizadas podem afetar a recuperação americana.
O BCE acionou seu novo programa de estimulo hoje para a compra de bônus cobertos, com o intuito de aumentar a liquidez da região.
A despeito disto o dólar foi desvalorizado em relação ao euro, já que há a percepção de que embora tudo leve a crer que o FED encerrará o QE3 na próxima semana, a mudança na política monetária afetando o juro ocorra mais ao final de 2015.
Notoriamente, ainda que o diagnóstico sobre o Brasil sugira mesmo alta do preço da moeda americana, o que ocorre é excessivo e afastado de fundamentos.
Enquanto isto, se desenvolve à margem da campanha uma discussão à distância da Presidente Dilma com Armínio Fraga, o escolhido para Ministro da Fazenda caso Aécio vença, sobre a questão cambial. O debate ocorre “no vazio”, pois Armínio colocou seu posicionamento de interromper o programa de oferta de “swaps cambiais” mas não colocou “versus o que?”, pois naturalmente não dá para interromper a intervenção sem outro instrumento, o que não permite que se vislumbre a solução.
Seria a substituição dos “swaps cambiais” por ORTN´s com variação cambial, quebrando assim a influência do mercado futuro sobre a formação de preço do mercado à vista? Enfim, ficou faltando algo na afirmação de Armínio Fraga quando colocou a ideia de interrupção do programa de “swaps”.
Não há, até que se ultrapasse o momento da eleição e se conheça o resultado, fundamento em qualquer projeção que se busque colocar.
Então, o que resta é aguardar, mantendo-se, dentro do possível, fora deste confronto entre especuladores.