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Uma Saída de Mestre para Petrobras

Publicado 26.02.2015, 19:19
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A queda do último dos pilares

Principal dado econômico do dia, a taxa de desemprego saltou de 4,3% em dezembro para 5,3% em janeiro, acima das projeções.

Vale para baixo, também vale para cima...

A taxa de desemprego é distorcida por questões como (i) o processo de envelhecimento da população brasileira e (ii) o fato de só contar como desempregado o sujeito que está procurando um emprego.
 Portanto, o indicador em si não quer dizer muita coisa...

Sob a roupagem do “pleno emprego”, acabava mascarando uma realidade de queda preocupante na criação de vagas de trabalho e escondendo problemas como da queda de produtividade e redução do nível de jovens no mercado de trabalho (geração nem trabalha, nem estuda).

Agora, nem isso consegue mais mascarar.

Gourmetizando” a crise (resultado da enquete)

Depois do “suavizar volatilidade” como termo para “segurar o dólar”, e do “escorregadinha” para se referir ao rombo fiscal, já chegamos a potenciais nomes para os interlocutores do governo darem uma roupagem mais agradável à crise brasileira como um todo.

Leitores do M5M apontaram os melhores nomes para goumetizar o difícil dilema econômico atual. Os vencedores:

- “Brazilian Gang Bang”

- “Efeito FHC”

“dissonância cognitiva de expectativas” ou “alguma outra expressão idiota que confunda o eleitorado”

Que façam bom proveito.

Menos um

BR Properties (BRPR3) lidera as altas do Ibovespa nesta quinta-feira.

O motivo?

O mesmo que promoveu forte valorização das ações da Souza Cruz (CRUZ3) na segunda-feira.

O fundo Bridge, do BTG Pactual, anunciou oferta para fechamento de capital da companhia, a R$ 12 por ação em circulação. Os papéis naturalmente convergem para esse valor da proposta. 

O que chama atenção é a disparidade impressionante no número de programas de recompras de ações e fechamentos de capital, versus a quantidade (ínfima) de novos IPOs, ou aberturas de capital, no radar.

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Temos cada vez menos opções na prateleira da Bolsa, o que denuncia a condição extremamente adversa de mercado.

Ao saber da notícia, essa manhã, alguém comentou aqui no escritório...

“deviam inventar uma regra que só pode ter um fechamento de capital quando tiver uma nova abertura de capital, senão, daqui a pouco, não sobrar mais nenhuma empresa listada.”

Grenalizando

Além da gourmetização, enfrentamos esse outro fenômeno, bem mais relevante: depois do processo eleitoral do ano passado, tudo é polarizado.

Não adianta a sua grama estar verde, ela precisa estar mais verde do que a do vizinho.

No caso do mercado de ações, a transferência natural da polarização política se dá na esfera da estatização x privatização, personificada pelos dois principais protagonistas da Bolsa brasileira: Vale e Petrobras.

Neste duelo de titãs, recebi alguns emails curiosos essa manhã:

Como você tem a cara de pau de criticar Petrobras e recomendar as ações da Vale, que acaba de anunciar um prejuízo bilionário?

ou

Kkkkkkk .. Privatizaram a Vale e ela sim que está ladeira abaixo!!! Muito pior do que a Petrobras... Chupa!

Duelo de titãs

O resultado da Vale de fato veio abaixo das expectativas, mas constam algumas ponderações:

(i) o prejuízo da mineradora no trimestre foi fortemente atrelado a nuances contábeis. Por exemplo: somente no quarto trimestre ela efetuou R$ 5,2 bilhões em ajuste no valor contábil de ativos. Grande parte, devido a “condições de mercado desfavoráveis”. 



Além da baixa contábil relacionada à dreno da corrupção, Petro teria de fazer os impairments relativos ao ajuste no valor de seus ativos, posto que o preço do petróleo hoje é de menos da metade da premissa que consta em seu Plano de Negócios.

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A propósito, os R$ 5,2 bilhões de impairments que a Vale efetuou só no quarto trimestre já são mais do que a toda a baixa contábil que, segundo a imprensa, o governo articula para que seja efetuada na Petrobras: de R$ 3,9 bilhões.

(ii) reforço: o principal problema da Petrobras é de estrangulamento de sua estrutura de capital. As contas simplesmente não fecham. Ela possui a maior dívida corporativa do mundo, o maior plano de investimentos do mundo, queima caixa consistentemente e estourou os limites de alavancagem de seu plano de negócios. Sua relação dívida líquida/ebitda (geração operacional de caixa) estava em 4,63x no final do terceiro trimestre do ano passado, enquanto a da Vale está em 1,8x.


(iii) utilizar o resultado da Vale como argumento é algo curioso. Independentemente dos números em si, Vale tem um resultado.

A teoria da conspiração da Petro

Tenho escutado que o Petrolão e a derrocada das ações da Petrobras, na verdade, são uma grande conspiração mundial para vender Petrobras barato para os americanos imperialistas.

O nível de produção da Opep e o boom do shale gas no Golfo do México, fatores por trás do desequilíbrio entre oferta e demanda atual da commodity, que derrubaram as cotações, seriam, na verdade, um grande esquema para depreciar o pré-sal e se apropriar da riqueza brasileira...

... como se os grandes produtores da Opep e do Golfo do México não estivessem perdendo dinheiro com o novo patamar de preços do óleo.

BR Properties e Souza Cruz inspiram, então, uma saída de mestre aos teóricos da conspiração:

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Por que não aproveitar a derrocada das ações, supostamente a arma dos especuladores, para utilizar as reservas nacionais e reestatizar a companhia, comprando suas ações (barato) no mercado?

Seria de fato uma manobra um tanto oportunista contra o mercado especulador que - eles supõem - é quem mais prejudica a empresa.

Afinal, três anos atrás o mercado pagou R$ 26 por ação da Petrobras para injetar R$ 120 bilhões na empresa, e agora seria pego de calçar curtas, vendendo sua posição por menos da metade do valor.

Mas, daí, quem vai pagar a dívida de R$ 331 bilhões da estatal?

O mercado especulador?

O Tesouro Nacional?

Ou vai dar calote?

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