A primeira semana de janeiro foi marcada pela forte valorização das ações das siderúrgicas, com a CSN (SA:CSNA3), por exemplo, acumulando alta de 20%, e a Vale batendo a cotação de R$ 100 por ação, e valor de mercado de R$ 537 bilhões. E segundo analistas do mercado financeiro, este movimento tem base em fundamentos, e deve continuar nos próximos meses, por conta principalmente do cenário internacional.
O desempenho desses papéis teve influência direta no Ibovespa, que subiu mais de 5% na semana. "De fato o cenário para o setor segue bastante positivo, com uma escassez na oferta de minério de ferro no mundo e a demanda segue crescendo, principalmente por parte da China. Os estímulos da economia chinesa em infraestrutura e construção tem proporcionado uma demanda por aço muito acima do normal, além de países que são 'parceiros' comerciais que a China tem forte atuação, como na África", afirma Luis Sales, analista da Guide Investimentos.
Ricardo Peretti, estrategista de renda variável da Santander Corretora para Brasil e América Latina, acredita que as valorizações registradas por Vale, CSN, Gerdau (SA:GGBR4) e Usiminas (SA:USIM5) estão em linha com os bons fundamentos do minério de ferro nos mercados internacionais. "A incerteza em relação a oferta global de minério de ferro neste ano, a forte demanda por minério das siderúrgicas chinesas e os estoques de minério nos portos da China levemente abaixo dos patamares históricos devem manter a commodity em níveis elevados por mais tempo", explica. Atualmente, o minério negociado no porto de Qingdao, na China, está por volta de US$ 170 a tonelada.
O analista da Mirae Asset, Pedro Galdi, lembra outros pontos importantes sobre a Vale. Ele lembra que a definição sobre as reais consequências financeiras do rompimento da barragem em Brumadinho está próxima, já que o governo de Minas Gerais espera fechar acordo com a mineradora na próxima semana. "A Vale teve sólidos resultados neste ano e vai pagar dividendos elevados, com retorno (yield) superior a 10%. Mas o principal é o fluxo de investidores estrangeiros, que buscam liquidez e ativos de qualidade". .
Em relação às recomendações, o Banco do Brasil Investimentos (BB-BI) atualizou sua carteira para janeiro mantendo somente Petrobras PN (SA:PETR4) em relação a dezembro, acompanhada de B3 ON (SA:B3SA3), BTG Pactual Unit (SA:BPAC11), Magazine Luiza ON (SA:MGLU3) e Weg ON (SA:WEGE3).
O Santander fez duas alterações em sua lista, retirando Direcional ON (SA:DIRR3) e Via Varejo ON (SA:VVAR3) para as entradas de EcoRodovias ON (SA:ECOR3) e Petrobras ON (SA:PETR3).
A carteira da CM Capital para o mês tem Azul PN (SA:AZUL4), Bradesco PN (SA:BBDC4), Gerdau PN, Marfrig ON (SA:MRFG3) e Vale ON (SA:VALE3).
Nas atualizações semanais, o maior número de mudanças foi registrado na MyCap, que trocou Minerva ON (SA:BEEF3), SulAmérica Unit (SA:SULA11), TIM ON (SA:TIMS3) e Weg ON por Banco Inter PN (SA:BIDI4), BTG Pactual Unit, Duratex ON (SA:DTEX3) e Unidas ON (SA:LCAM3).
A Ativa realizou três trocas para a próxima semana, com as saídas de Energisa Unit (SA:ENGI4), Minerva ON e Vivara ON (SA:VIVA3) para as entradas de JBS ON (SA:JBSS3), MRV ON (SA:MRVE3) e Weg ON.
A Guide trocou o ETF de S&P 500 por Via Varejo ON. A Mirae retirou Via Varejo ON para a entrada de Usiminas PNA. E a XP Investimentos tirou Banrisul PNB (SA:BRSR6) para colocar SulAmérica Unit.