Presidente interino Michel Temer durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília (Reuters/Ueslei Marcelino)
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A alta do petróleo e dados favoráveis do setor de serviços norte-americano puxam para cima as bolsas globais nesta quinta-feira (7) após dois dias de perdas provocadas por temores quanto ao Brexit. O alívio externo encontra o mercado brasileiro em clima de cautela diante de sinais negativos provenientes do debate fiscal e da governabilidade de Michel Temer.
A reunião do presidente interino com a equipe econômica e lideranças políticas para definir o déficit primário de 2017 terminou sem acordo e um novo encontro foi marcado para hoje. Segundo O Estado de S.Paulo, Temer vai recorrer ao aumento de impostos para conter o rombo.
Estão em análise um aumento da Cide e dinheiro oriundo de concessões e privatizações. Sem medidas adicionais, o déficit para 2017 poderia chegar a R$ 194 bilhões, informou ao Estado o presidente da Comissão Mista do Orçamento, o deputado Arthur de Lira.
Além disso, o plenário da Câmara rejeitou, por insuficiência de votos, o requerimento de urgência para a tramitação do projeto que alonga a dívida dos Estados. O resultado pode ser recebido como um indício de descontentamento da base aliada.
Além dos fatores externos e políticos, o mercado de câmbio terá hoje mais um leilão de 10 mil contratos de swap cambial reverso, operação equivalente a uma compra futura de dólares, a exemplo das últimas quatro sessões. No período, a moeda norte-americana subiu 3,85% e fechou hoje cotada a R$ 3,3370.
Na agenda, destaque para dados de geração de empregos no setor privado dos Estados Unidos, ingrediente importante para o rumo dos juros no país. Além de dúvidas sobre o mercado de trabalho, os membros do Fed decidiram em junho que as altas da taxa de juros não devem acontecer até que possam entender as consequências da decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia, de acordo com a ata da reunião do Fed.
O poder e a economia
Lava Jato - A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira a 32ª fase da operação Lava Jato para investigar uma instituição financeira panamenha suspeita de atuar no Brasil sem autorização do Banco Central para viabilizar o fluxo de valores oriundos do esquema de corrupção na Petrobras (SA:PETR4) para o exterior de forma ilegal.
Impostos - O presidente em exercício Michel Temer vai recorrer ao aumento de tributos para diminuir o rombo nas contas públicas em 2017. Mesmo assim, a meta de déficit fiscal será superior a R$ 150 bilhões. Sem essas medidas adicionais, o déficit para 2017 poderia chegar a R$ 194 bilhões.
IGP-DI - A alta dos preços dos produtos agropecuários no atacado acelerou com força e o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 1,63 por cento em junho, contra avanço de 1,13 por cento em maio, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quinta-feira.
Dúvida fiscal - Para a consultoria Capital Economics, a inflação tem tudo para cair no ano que vem, mas isso não será garantia para dar conforto para o Banco Central seguir com um plano agressivo de cortes nas taxas de juros.
Bondades - Em entrevista à Folha, a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, disse que o governo vai esperar o país sair da crise para reverter bondades fiscais implementadas nos últimos anos. “A lista é ampla, vasta, isso tudo precisa passar por estudos”, afirmou.
Derrota - O plenário da Câmara dos Deputados rejeitou nesta quarta-feira, por insuficiência de votos, o requerimento de urgência para a tramitação do projeto de Lei Complementar que alonga a dívida dos Estados e do Distrito Federal com a União por 20 anos, de acordo com informações da agência Câmara.
O que acontece no mundo corporativo
Aporte - Segundo cálculos do Valor, o recente processo de aumento de capital da B2W (SA:BTOW3) deve resultar em um aporte de aproximadamente R$ 700 milhões por meio da controladora Lojas Americanas (SA:LAME4).
Gol - A Standard & Poor’s elevou a nota de crédito da Gol de SD (Default Seletivo) para CCC. Segundo a agência, “a mudança seguiu-se à conclusão da troca de dívida, para a qual a Gol fez uma oferta, em nossa visão, com um valor consideravelmente menor em suas obrigações do que originalmente prometido”.
Liquigás - Grupo Ultra, a holandesa SHV, Gávea Investimentos e Aygaz estão entre as sete empresas interessadas na compra de uma fatia de 21,86% da Petrobras na Liquigás, informa o Valor hoje.
Intervenção - Segundo O Globo, o governo cogitou uma intervenção na Oi (SA:OIBR4) antes de a empresa entrar com o pedido de recuperação judicial. A Procuradoria-Geral Federal (PGF), vinculada à Advocacia-Geral da União (AGU), publicou um parecer em que via “risco a continuidade dos serviços prestados à população”
Expansão - A BM&FBovespa (SA:BVMF3) adquiriu, por meio de operações no mercado, 9,99% de participação na Bolsa de Valores da Colômbia (BVC). Segundo comunicado, a operação custou 39,8 bilhões de pesos colombianos (aproximadamente R$ 44 milhões).
Não, não e não - A Cemig (SA:CMIG4) negou que tenha contratado assessor financeiro para vender ativos, após a empresa ser questionada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) a respeito de reportagem publicada pela Reuters. Já a agência de notícias reiterou que, segundo suas fontes, pelo menos três bancos foram contratados.
Acima da crise - A Embraer (SA:EMBR3) anunciou que a canadense AirSprint assinou acordo para comprar até 12 jatos executivos Legacy 450, incluindo dois pedidos firmes e 10 direitos de compra. Se todas as opções forem exercidas, o valor do negócio chegará a US$ 198 milhões a preços de tabela da aeronave.
Comprar ou vender
Petrobras - O banco Goldman Sachs elevou a estimativa para as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) de R$ 6,50 para R$ 8,20. A recomendação, contudo, ainda é de venda.
Petrobras 2 - Petrobras é elevada para overweight pelo Morgan Stanley (NYSE:MS), segundo a Bloomberg News.
Commodities - O banco Itaú (SA:ITUB4) divulgou as suas projeções revisadas para os preços das principais commodities ao fim de 2016.
Para comentar mais tarde
Custo da Olimpíadas Rio 2016 está 51% acima do estimado. Um estudo publicado pela Universidade Oxford indica que as Olimpíadas Rio 2016 terão um custo 51% acima do estimado inicialmente pelos organizadores. Segundo o documento preparado pelos economistas Bent Flyvbjerg, Alexander Budzier e Allison Stewart, o valor gasto até agora está em US$ 4,6 bilhões, valor US$ 1,6 bilhão além do previsto. Leia mais.