Após governo anunciar principais nomes da área econômica, investidores operam de olho no exterior (Gustavo Kahil/O Financista)
SÃO PAULO – Sem destaque na agenda de indicadores doméstica, os investidores devem operar de olho na cena externa enquanto aguardam o anúncio de quem presidirá as maiores empresas estatais no governo do presidente em exercício de Michel Temer (PMDB).
De acordo com Aldo Moniz, analista da Um Investimentos, “ainda que nomes já estejam ventilando pelos mercados, a possível confirmação de indicações mexe com o humor dos investidores momentaneamente e depois deixar de influenciar porque tudo tem vindo dentro do previsto”.
Ministro em três diferentes ocasiões durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Pedro Parente pode ser o próximo presidente da Petrobras (SA:PETR4). Rumores indicam que ele substituirá o atual presidente da estatal, Aldemir Bendine.
O mais cotado para comandar o Banco do Brasil (SA:BBAS3) é Antonio Gustavo Matos do Vale (SA:VALE5), que já foi vice-presidente da instituição financeira durante o governo de FHC. Ele, que já foi diretor do BC quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ocupava o Palácio do Planalto, é presidente da Infraero desde o início do governo Dilma Rousseff (PT).
“Os agentes estarão atentos a qualquer novidade. Enquanto não tiver nada de surpreendente, vão operar de olho no exterior”, observou Moniz. “Sem surpresas, o suporte do Ibovespa fica em 50 mil pontos e a resistência em 54 mil pontos”, completou.
Na agenda externa, destaque para a ata da última reunião do Fomc (sigla em inglês para Comitê Federal de Mercado Aberto) do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), que sairá às 15hs (horário de Brasília). Os agentes devem operar no aguardo de pistas sobre a política monetária norte-americana.
No Velho Continente, os holofotes focam no índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro, que será publicado às 6hs.
Mesmo sem muitos indicadores relevantes no exterior, Moniz destaca que a tendência dos preços das commodities nos mercados internacionais e dos índices acionários do exterior devem estar no radar dos agentes locais.
Fechamento de mercado
A Bovespa fechou com o seu principal índice em queda de quase 2% nesta terça-feira (17) e abaixo de 51 mil pontos, afetada pela piora dos pregões em Wall Street em meio a apreensões relacionadas ao ciclo de aumento dos juros norte-americanos.
A alta de commodities ficou em segundo plano com ações de bancos guiando as perdas, em sessão que também teve como pano de fundo o anúncio da nova equipe econômica do governo interino de Temer. O Ibovespa caiu 1,86%, a 50.839 pontos.
O giro financeiro somou R$ 7 bilhões, influenciado por oferta pública de aquisição de ações da Arteris (SA:ARTR3), que movimentou cerca de R$ 527 milhões.
O dólar encerrou em queda nesta terça-feira, abaixo dos R$ 3,50, com o mercado recebendo bem a indicação de Ilan Goldfajn para presidir o Banco Central e com os ganhos nos preços do petróleo favorecendo moedas de países emergentes.
Mais uma vez, o BC não atuou no mercado cambial, a terceira sessão seguida. Foi um dia de sobe e desce da moeda norte-americana no mercado local, com receios sobre a proximidade de elevação nos juros norte-americanos mantendo os investidores cautelosos.
O dólar recuou 0,36%, a R$ 3,4915 na venda, após cair 0,62% na mínima do dia, a R$ 3,4825, e subir 0,72%, a R$ 3,5295, na máxima.
(Com Reuters)