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Petrobras vende área do pré-sal para Statoil por US$2,5 bi; espera pagamento até 2018

Publicado 29.07.2016, 18:18
© Reuters. Funcionário pintando tanque da Petrobras em Brasília

Por Luciano Costa e Marta Nogueira

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Conselho de Administração da Petrobras (SA:PETR4) aprovou a venda de participação da empresa no bloco exploratório BM-S-8, onde está a promissora área do pré-sal de Carcará, mas a companhia terá de esperar o cumprimento de uma série de condicionantes para receber a totalidade dos 2,5 bilhões de dólares acordados, algo que só deverá ocorrer em 2018.

A venda para a petroleira norueguesa Statoil da fatia de 66 por cento no bloco na Bacia de Santos, em um negócio raro no setor que deve ajudar a Petrobras a lidar com o cenário de preços baixos da commodity, marca a primeira grande área do pré-sal incluída no plano de desinvestimentos da estatal.

Mas a conclusão do acordo, e o recebimento dos 2,5 bilhões de dólares, depende de condicionantes como realização de um acordo de unitização, já que a descoberta de Carcará extrapola os limites do contrato, conforme citaram as empresas no acordo.

Antes disso, no entanto, deverá ocorrer uma mudança na lei para que outras empresas que não a Petrobras possam ser operadoras de áreas no pré-sal sob o regime de partilha --algo que está encaminhado no Congresso Nacional. Será preciso ainda aguardar um leilão das áreas a serem unitizadas, licitação que a Statoil considera participar.

"Nós temos aí uma intenção bastante firme do Ministério de Minas e Energia de que a gente faça o processo de licitação..., que é um marco que fez parte dessa negociação, até meados do ano que vem...", disse a jornalistas a diretora de Exploração & Produção da Petrobras, Solange Guedes, acrescentando que o "segundo marco", que é o acordo de individualização da produção, está previsto para 2018.

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Ao anunciar o acordo nesta sexta-feira, Petrobras informou que a primeira parcela do valor negociado, correspondente a 50 por cento do preço total (1,25 bilhão de dólares), será paga no fechamento da operação --mas não estabeleceu uma data.

Já o valor restante será pago através de parcelas contingentes relacionadas a eventos subsequentes como a unitização, até 2018, conforme explicou Solange.

SEM DOGMAS

Com a venda de uma área como Carcará, onde testes comprovaram alta produtividade dos poços, numa das maiores descobertas de petróleo no mundo nos últimos anos, a Petrobras coloca em prática o que seu presidente-executivo Pedro Parente tem chamado de plano de desinvestimento sem dogmas.

O programa de venda de ativos busca ajudar a companhia a enfrentar um enorme endividamento líquido, de cerca de 370 bilhões de reais.

A transação, definida nesta sexta-feira como "espetacular" pelo diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, pretende ainda eximir a empresa de elevados investimentos que o bloco demandaria até a entrada em produção, prevista para depois de 2020.

O negócio também evidencia a estratégia da companhia de rever seu portfólio de ativos com prioridade para a manutenção daqueles que podem agregar reservas ou geração de caixa para a companhia no curto prazo.

Contudo, o plano de desinvestimentos enfrenta oposição de uma boa parte do funcionalismo da companhia e de sindicatos.

Nesta sexta-feira, após conferência de imprensa no prédio da Petrobras em São Paulo, um funcionário da BR Distribuidora chegou a descer até o auditório em que executivos da estatal falaram com jornalistas para criticar os últimos movimentos da empresa de combustíveis, que será alvo também de um Plano de Demissão Voluntária.

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Evitando se identificar, o funcionário falou que o movimento na BR Distribuidora se trata de uma privatização.

A Petrobras já tentou diversos modelos para gerar recursos com a venda da empresa de distribuição de combustíveis, desde uma Oferta Pública de Ações (IPO, na sigla em inglês) até a venda de fatia minoritária.

Sem sucesso, agora a empresa aposta em uma estrutura para o desinvestimento da unidade que prevê que a estatal permaneça majoritária no capital total, mas com uma participação de 49 por cento no capital votante.

A direção da Petrobras diz que os movimentos não comprometem o futuro da companhia. "Nosso diretor financeiro é extremamente zeloso e cauteloso nas decisões, para que a gente possa valorizar uma visão integrada da companhia, desalavancar... e ao mesmo tempo preservar uma visão de futuro, de sustentabilidade... no longo prazo", disse Solange, ao lado de Monteiro.

A meta de desinvestimento para este ano, que tem sido reafirmada por executivos, é obter pouco mais de 14 bilhões de dólares, com alienações em diversos segmentos.

DIREITO DE PREFERÊNCIA

A petroleira destacou que a transação com o BM-S-8 ainda está sujeita a outras condições, incluindo o direito de preferência por parte dos demais parceiros no bloco, que incluem a subsidiária da portuguesa Galp no Brasil (com 14 por cento de participação no bloco), Queiroz Galvão Exploração e Produção (10 por cento) e Barra Energia do Brasil Petróleo e Gás (10 por cento), que tem como sócios os fundos First Reserve Corporation e Riverstone Holdings.

A Galp e a QGEP (SA:QGEP3) saudaram o anúncio do acordo.

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Uma fonte disse que a Barra Energia vai avaliar o negócio, o que pode trazer alguma complicação para os interesse da Statoil. A Barra não se manifestou.

PRODUÇÃO EM 2020

A norueguesa Statoil pretende começar a produção na área de Carcará em meados da década de 2020, afirmou à Reuters o chefe da área de exploração da companhia, Tim (SA:TIMP3) Dodson.

"Isso é bom para nós... porque isso significa que há um limitado desembolso de capital até 2020", acrescentou.

Quando a transação for fechada, vai aumentar a taxa da dívida líquida da Statoil em cerca de 1,5 ponto percentual, acrescentou Dodson.

Segundo o diretor financeiro da Statoil, Hans Jakob Hegge, a aquisição não vai impactar a política de dividendos da companhia.

(Com texto e reportagem adicional de Roberto Samora, em São Paulo, e Stine Jacobsen e Ole Petter Skonnord, em Oslo) 2016-07-29T211806Z_1_LYNXNPEC6S19S_RTROPTP_1_BRAZIL-FUEL-PETROBRAS.JPG

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