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Bolsa Brasileira: Viramos Jacaré e a Boca Está Aberta?

Publicado 17.08.2021, 12:52
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VIX
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Bolsa Brasileira

Começo esse texto com o principal… aquilo que pra mim é a grande questão do mercado: a performance mais fraca da bolsa brasileira vis a vis a americana.

De fato, o Brasil ficou para trás. Apesar de muitos colocarem na conta as nossas próprias mazelas internas – o que sem dúvida alguma contribui – também há um fator global nesse quebra-cabeça. A pandemia tem sido deveras Darwiniana também quando o assunto são nações medianamente preparadas para crises. O que temos visto é que os mercados emergentes em geral têm sofrido, em especial nos últimos dois meses, gerando uma diferença de performance enorme entre os mercados. O gráfico abaixo compra o S&P 500 (linha preta), com o Ibovespa (linha verde) e o EEM (NYSE:EEM), índice de emergentes (linha vermelha).

S&P, Ibovespa e EEM

E essa boca de jacaré tem aberto justamente num momento historicamente e estatisticamente fraco para o mercado americano, vide gráfico abaixo – agosto e setembro tradicionalmente são mais fracos.

Agosto e Setembro

O que explica essa diferença? Em minha humilde opinião tem muito mais a ver com a fraqueza recente (últimos 2 meses) das commodities do que com as barbaridades internas. E isso decorre do slow down que China vem passando. Viram os dados de China das últimas 2 semanas?

Dados da China

Com exceção da inflação, todos os demais surpreenderam pela ponta negativa. Isso aliado às barbaridades internas justifica as quedas.

Temos um cenário com:

  • Brasil crescendo menos – vide revisões de crescimento no Boletim Focus;
  • Risco político crescente, o que desencadeia outros riscos, como o fiscal;
  • Um juro pra cima que afeta o valor presente dos fluxos de caixas projetados, bem como gera atratividade da renda fixa vis a vis bolsa.

A questão é que tudo isso vem sendo colocado nos preços… já está aí. Os resultados tem sido muito bons. Bolsa brasileira tá barata… mas e a coragem de se expor?

Seguindo…

Bolsa americana

Mercado the flash?

Uma realidade dos novos tempos é a velocidade com que as coisas acontecem. O dia continua tendo 24 horas e o ano 365 dias, mas temos a impressão de que está tudo mais rápido, não é mesmo? Parece verdade e tem acontecido no mercado. Olha que interessante esse gráfico: ele mostra o tempo para que o S&P dobre de valor (alta de mais de 100%) de suas mínimas, nos diferentes bull markets vividos desde a segunda guerra mundial.

Bull Markets

Isso decorre da própria velocidade de recuperação da economia frente à crise que passamos em 2020. Muitos criticam as injeções de recursos feitas pelas autoridades monetárias do mundo todo (entenda-se bancos centrais), mas talvez o resultado tenha sido sim positivo! O que temos visto é um mundo que saiu rápido de uma das maiores crises da história. O gráfico abaixo mostra o tempo despendido até o nível de emprego retornar aos níveis pré-crises em diferentes momentos da história. Em média lavou-se 30 meses para retornar ao nível de emprego pré-crise. Nos EUA, esse ainda não retornou, mas podemos ver pelo gráfico que estamos próximos a este nível.

Emprego

À medida que a economia avança, as empresas tendem a vender mais e, consequentemente, lucrar mais. Se isso acontece, temos uma força positiva para segurar o bom desempenho do mercado.

Mercado eficiente?

Lembre ainda que o mercado americano por ser o maior do mundo é também o mais eficiente.

Como assim, em que sentido?

Com um número muito maior de investidores acompanhando o mercado diariamente, o mercado tende a corrigir assimetrias mais rapidamente. Uma forma de se entender essa eficiência de mercado é colocar uma nota de US$ 100 no chão. Se você deixar ela num local raramente acessado, essa nota de 100 dólares irá ficar lá por algum tempo. Por outro lado, se você colocar ela numa rua movimentada, muito rapidamente alguém irá notá-la.

Lucros maiores

O que temos visto nessa safra de balanços são mais e mais empresas reportando resultados melhores do que o esperado pelo mercado e ainda revisões de guidances (projeções) para cima. Fora isso, a margem de lucro das empresas de tecnologia é sensivelmente maior que a de outros segmentos – vide gráfico abaixo.

Margem de Lucro das Empresas de Tecnologia

Com uma maior participação dessas empresas no mercado americano, temos um cenário em que o mercado corrige rápido desvios de projeções nos resultados dessas, incorporando as novas premissas (mais positivas) e precificando isso no desempenho da ação.

Por outro lado, quanto mais o mercado sobe, mais devemos ficar cautelosos. Apesar de bons números nos resultados, sabemos que o mercado tende sempre a exacerbar movimentos tanto para cima quanto para baixo. O gráfico abaixo (do banco Morgan Stanley mostra que a relação de fluxo de caixa operacional dividido pelo valor de mercado do S&P 500 se encontra nas mínimas. Isso quer dizer que o mercado tem pagado cada vez mais por um fluxo menor de dinheiro gerado pelas empresas.

Fluxo de Dinheiro

Outra coisa para ficarmos de olho é que o VIX tem se mantido “comportado”. Sabemos que com certa frequência acontece que “chacoalha” essa aparentemente calma do mercado.

VIX

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